sexta-feira, janeiro 26, 2007

Monge Organista

O pior foi começar... é evidente que esta febre de publicar desenhos meus a uma velocidade estonteante, não vai durar para sempre... penso até que agora vou fazer um pequeno interregno.
Mas, já andava com uma ideia na minha cabeça há algum tempo e resolvi passá-la ontem para papel digital.

Primeiro, falemos da ideia.

Um monge franciscano, invadido pelo amor que sente pela música, resolve ausentar-se do seu quarto, com um candelabro que lhe ilumina os caminhos pelos corredores escuros e cinzentos do velho mosteiro. O seu destino é uma pequena capela, onde o elemento decorativo mais vistoso é um vitral em forma de cruz. Lá, um órgão espera por alguém que saiba como tirar melodias divinas da sua caixa de madeira. O monge pendura o candelabro, abre o livro com pautas musicais e começa a tocar o "Kyrie Eléison".

Agora, falemos da envolvente deste desenho.

Para começar, "Kyrie Eléison" é uma frase grega que significa "Senhor, tem piedade".

Relativamente ao desenho, e como o anterior, serviram principalmente para testar as potencialidades de uma gadjet que adquiri há dois meses atrás, mas que ainda não tinha dado muito uso. Se quiser saber mais pormenores, visite o site da Wacom Volito 2. E sim... recomendo vivamente este produto.

Desta vez não recorri a digitalizações. Desenhei, colori e apliquei algumas sombras no programa ArtRage2. Se quiser testar este programa, está disponível um download gratuito. É um programa bastante realista e que nos dá a verdadeira sensação de desenhar com lápis, carvão, gouache, canetas de feltro, etc. Depois, dei os acabamentos finais no meu inseparável Photoshop: um toque de sombras aqui e ali, o arco ogival ligeiramente desfocado, o chão rude em pedra e o brilho da vela. O desenho tem muitos mais detalhes do que esta versão mais pequena consegue transmitir. Estou bastante satisfeito com a atmosfera que consegui criar (modéstia à parte).

2 comentários:

Filipe Silva disse...

Como é teu apanágio mais um belo desenho.
Fez-me relembrar o filme e o livro que tu também gostas "O nome da Rosa" se bem que o orgão desse género não combine com a época. Um de tubos seria mais indicado.
A forma do vitral também é um pouco esquisita se for enquadrada num tempo medieval devido a problemas arquitetónicos (de construção) dessa altura.
As teclas do teclado para os pés normalmente são castanhas e pretas (ou castanho mais escuro) e não brancas.
E acho que o candeiro não estará na melhor posição...se lhe dá um sono...
Mas adorei o desenho ou não teria perdido este tempo a comentar ....
Venham mais !!!!

Vítor Carvalho disse...

De facto, o órgão começou por ser de tubos... mas depois, devido a limites temporais, resolvi abandonar a ideia dos tubos e ficar-me por um órgão mais simples. A forma do vitral tem uma explicação: não é a primeira vez que faço desenhos deste estilo, e, não sei por quê, acabo por fazer vitrais bastante vanguardistas... muitas vezes a lembrar formas de Salvador Dali... não me perguntes o motivo... apenas acontece. De facto, a forma do vitral não se compagina com um velho mosteiro. Tens razão quanto à cor do teclado de pés, mas já coloquei esta obra no mundo e vai ficar mesmo assim... imperfeita nesse aspecto. Quanto ao candeeiro, não tenhas receio. O amor à música vai fazer com que o monge não adormeça a tocar órgão. Obrigado pelos teus comentários.

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