Introdução
Capítulo I
- Ó catraia! Ó filha? Que é que estás a fazer a olhar escarrapachada para os carneirinhos do mar? - perguntou a dona Emília Genoveva Cerqueira de Castro Gumercinda de Miranda, mãe da Olívia Manca.
- Nada, minha mãe... apenas contemplo o azul infinito da água e interrogo-me sobre o porquê de tudo isto! O que comanda o girar da terra? O que faz com que a lua regule as marés e os peixes se estruturem numa cadeia alimentar equilibrada? Se não é Deus que está por trás disto, quem será? Pode uma alma ficar alheia a estas questões que mexem com o âmago da nossa existência?
A dona Emília Genoveva Cerqueira de Castro Gumercinda de Miranda atirou com uma truta à cara da sua filha, que ficou uns bons três minutos a cuspir escamas.
- Isto é para aprenderes a não faltar com o respeito à tua mãe!
Olívia Manca não compreendeu o comportamento irracional da sua mãe, mas mesmo assim consentiu que lhe tivesse atirado com o peixe ao focinho... não estava em pontos de regatear, já que era totalmente dependente da família. Tinha porém a secreta certeza de que, mal pudesse, fugiria com o seu Zé Bigodes.
Os barcos chegaram, os pescadores sairam com os seus peixes, mas Zé Bigodes não regressou! Que lhe teria acontecido?
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