sexta-feira, janeiro 25, 2008

Gipsy Kings - Discografia Parte I

Neste post vou tentar fazer uma crítica à discografia dos Gipsy Kings. E por que é que são chamados Gipsy Kings? "Gipsy" porque obviamente são todos de etnia cigana e cantam/tocam música cigana. "Kings" é um bom trocadilho com o apelido de família de um dos grupos de irmãos: Reyes, que, em castelhano significa "Reis".

Gipsy Kings (1988)

O primeiro álbum dos Gipsy Kings. E que primeiro álbum! Está cheio de sucessos que praticamente todos conhecem, como "Bamboleo", "A Mi Manera" e "Djobi Djoba". Nicolas Reyes destaca-se como vocalista e Tonino Baliardo destaca-se desde já como um excelente guitarrista (por exemplo, em "Duende"). Do ponto de vista instrumental, não fogem muito das raízes ciganas: o uso de instrumentos electrónicos é comedido na maior parte das músicas, mas evidente em "Bem, Bem, Maria".

Vou aproveitar este primeiro álbum para falar de Tonino Baliardo. Tonino Baliardo casou-se com a neta de Manitas de Plata. Da família, herdou com toda a certeza o virtuosismo de tocar guitarra de ouvido, já que não lê nem escreve música. Mas, ao contrário de Manitas de Plata, Tonino não é tão "rendilhado" quando toca. Prefere inventar, a meu ver, melodias mais ricas, não recorrendo tanto aos floreados típicos do flamenco. É (juntamente com outro membro dos Gipsy Kings que falarei mais adiante) a alma e a razão do sucesso deste grupo.

  • Bamboleo
  • Tu Quieres Volver
  • Moorea (Instrumental)
  • Bem, Bem, Maria
  • Un Amor
  • Inspiration (Instrumental)
  • A Mi Manera (My Way)
  • Djobi Djoba
  • Faena (Instrumental)
  • Quiero Saber
  • Amor, Amor
  • Duende (Instrumental)

Mosaïque (1989)

Um ano depois, aparece este álbum, de características ligeiramente diferentes a nível de sonoridade. Os volteios electrónicos aparecem mais vezes, nem sempre com o melhor resultado. Mesmo nestas circunstâncias, a guitarra de Tonino salva sempre qualquer música.


De destacar "Passion" e "Trista Pena" no lado mais melancólico; no lado mais alegre, destacam-se "Soy" e "Volare".

  • Caminando Por La Calle
  • Viento Del Arena
  • Mosaïque(Instrumental)
  • Camino
  • Passion (Instrumental)
  • Soy
  • Volare
  • Trista Pena
  • Liberté(Instrumental)
  • Serana
  • Bossamba (Instrumental)
  • Vamos A Bailar (Ao Vivo)

Allegria (1990)

Allegria foi editado em alguns países com a inclusão das músicas de "Luna de Fuego". Colocarei aqui aquelas músicas que não entram no álbum "Luna de Fuego". Este álbum e o seguinte voltam às raízes da música cigana a nível instrumental e de vozes. Possivelmente seriam gravações anteriores ao primeiro álbum oficial, que foram enviadas para o mercado quando este já estava "preparado" para ouvir este tipo de sonoridade... ou talvez não... uma vez que são álbuns relativamente desconhecidos no circuito comercial.

  • Pena Penita
  • Solituda
  • La Dona
  • Allegria
  • Un Amor
  • Papa, No Pega La Mama
  • Sueño
  • Tristessa

Destaco deste disco a música "Allegria".

Luna de Fuego (1990)

Quanto a mim, este é um dos melhores álbuns dos Gipsy Kings. Por vários motivos! O primeiro, é ter como vocalista na maior parte das músicas Canut Reyes e não Nicolas Reyes. Não desfazendo o segundo, aprecio muito mais a voz de Canut. É muito mais "gitana" que a de Nicolas. Ao bom estilo purista, neste álbum só existem guitarras, claps (bater de palmas intercaladas) e um cajón (uma caixa de percussão). As músicas são frenéticas ao ponto de nos apetecer largar tudo e dançar ao ritmo daquele som inebriante. A atmosfera da gravação faz-nos sentir verdadeiramente dentro de uma fiesta gitana.

  • Amor D'Un Dia
  • Luna de Fuego (Instrumental)
  • Calaverada
  • Galaxia (Instrumental)
  • Ruptura
  • Gipsyrock (Instrumental)
  • Viento del Arena
  • Princessa
  • Olvidado (Instrumental)
  • Ciento

Destaco "Luna de Fuego", "Galaxia" e "Olvidado" como autênticos hinos à excelência de tocar guitarra. "Amor D'Un Dia" adapta-se perfeitamente ao perfil de voz de Canut.

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