"Saltimbanco - do It. saltimbanco, salta em banco, s. m., pelotiqueiro; histrião; ginasta ou acrobata que se exibe nas feiras, festas, etc. ; charlatão de feira ou de circo."
É difícil contextualizar esta estória no espaço e no tempo. Só se pode dizer que foi há muito tempo atrás, em local incerto. Não existia nesse tempo nenhuma das modernices a que nós estamos acostumados hoje em dia. O automóvel, por exemplo, era uma curiosidade apenas acessível aos mais afortunados habitantes das grandes urbes. Mas também não é numa urbe que a nossa estória se conta. Imagine o leitor o cenário mais idílico que conseguir e terá quase conseguido apreender o espaço que servirá de pano de fundo a este negro romance.
Teotónio Marialva. Dito assim, provavelmente não lhe dirá nada. Se for dito de outra forma, provavelmente continuará a não lhe dizer nada... pelo menos por agora. Teotónio Marialva era conhecido entre o seu rol de amigos mais chegados como Cuca.
Cuca vivia numa roulotte, ao estilo dos ciganos, puxada por cavalos. Lá dentro, tinha apenas o indispensável para lhe proporcionar um mínimo de conforto nas longas jornadas que fazia: uma cama, partilhada com a sua companheira de aventuras, Lurdinhas dos Prazeres. Também por lá andavam uma mesa e duas cadeiras, que dançavam por todo o lado durante as viagens, partindo, por vezes, os poucos pertences do casal. A um canto, um armário com portas que fechavam, guardava os copos, pratos e garfos do parco enxoval. Num outro canto, um baú. Era o baú do Cuca. E aí ninguém mexia! Só ele! Lá dentro, estavam os ingredientes indispensáveis para a confecção do seu Elixir da Boa Saúde, que vendia pelas feiras e mercados. Da parte de fora da casa ambulante, preso por uma trela relativamente longa, deambulava o Monstro... um pequeno caniche de olhar ameaçador e dentes afiados, que se atirava a todos que se tentassem aproximar da roulotte. Por vezes, Cuca esquecia-se de o desprender da roulotte quando iniciava mais uma das suas viagens, arrastando o pobre do bicho durante algumas centenas de metros, antes de se aperceber do erro que havia cometido.
Um blog de Vítor Carvalho.
Algumas reflexões sobre acessibilidade, usabilidade e design para a Web, ideias, desabafos, viagens, humor, crítica e fotografias...
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Biografia Sussinta de Casimiro Lambreta
Casimiro Lambreta, nascido em Lisboa a 19 de Janeiro de 1953, na freguesia de Alfama, de ascendência simples e pobre, desde cedo cresceu a ouvir o fado vadio e os pregões das varinas.
Não é de estranhar que se tenha tornado escritor, poeta e homem de letras, depois de ter falhado uma carreira de palhaço no circo Ringland.
É autor de livros best-seller como: "Eduardo, Mais um Jovem com Acne", "Divagações Sobre O Combustível Verde", ou ainda "O Teu Coração É Um Pudim de Noz". Na poesia, escreveu alguns textos dispersos, mas ultimamente o seu editor tem reunido estes poemas em antologias tais como: "Canto dos Repolhos", "Diversos Hinos Sobre a Unicidade do Ser", "Reflexos de Um Lamaçal" ou, aquele que é considerado por muitos o expoente da poesia portuguesa: "Desfaz-me Com Versos Cortantes".
Nos dias que correm, fez do Alentejo o seu local para viver. Vida sofrida, aquela que Casimiro Lambreta teve. Em Abril de 1974, quando outros andavam preocupados com revoluções, Casimiro Lambreta resolveu percorrer de Lambreta, os quatro cantos de Portugal, tendo surgido daí a sua alcunha.
Casimiro Lambreta dedica agora mais tempo para aquilo que lhe é realmente importante: escrever!
Neste momento, trabalha em duas obras paralelas: "Amor na Lota do Peixe", um romance que muitos consideram autobiográfico com laivos de ficção científica e "Cuca, o Saltimbanco Destemido".
Este Blog servirá de divulgação das obras de Casimiro Lambreta. Depois de "Amor na Lota do Peixe", segue-se o romance negro "Cuca, o Saltimbanco Destemido". A não perder!
Amor na Lota do Peixe - Capítulo X (e último)
Aquela lota nunca mais foi a mesma... não depois que viram partir Olívia Manca e o extraterrestre em direcção ao ponto onde o mar e o céu se fundem.
Na modesta embarcação, o casal seguiu calmamente o seu destino.
- Diga-me, senhor extraterrestre... o seu planeta é bonito?
- Diz-me, Olívia Manca... ainda consegues avistar terra?
- Não... só vejo água à nossa volta!
- Óptimo! Que isto já me estava a fazer calor!
Num ápice, a criatura despiu a sua fantasia de extraterrestre, deixando pela primeira vez a sua verdadeira identidade brilhar sob o sol do meio-dia. Pasmai: Zé Bigodes.
- Zé Bigodes? Tu, por baixo de uma fantasia de extraterrestre mascarada pela fantasia de russo? Mas por quê?
- Eu explico, Olívia Manca! É tudo muito simples: a minha mãe, Sezaltina Buços teve um caso com Joselino Narigangas, mas encontrava-se também com Florindo Lambreta, nos dias em que estava de folga dos trabalhos da quinta. Numa dessas folgas, a minha mãe levou mais para a frente a relação que tinha com Florindo Lambreta e eu nasci. De comum acordo, ambos acharam melhor que Joselino Narigangas fosse considerado o verdadeiro pai da criança. Assim, sempre puderam extorquir uma soma avultada de massa aos marretas dos Narigangas, que pagaram forte e feio pelo silêncio da minha mãe. O dinheiro era tanto que deu para ela e para o meu verdadeiro pai: Florindo Lambreta! Como vês, não somos meios-irmãos e por isso, o nosso amor é cem-por-cento válido! Quando a paixão nasceu entre nós os dois, eu e o meu pai, pensamos num plano para que eu conseguisse ficar contigo, sem desmascarar os factos sobre a minha verdadeira filiação. Florindo Lambreta, o meu amado pai, foi espião da rússia durante muitos anos aqui em Portugal e reconhecido lutador pelos direitos comunistas, para infelicidade das gentes de Vila Marmota. Como contrapartida, os russos proporcionam-lhe algumas facilidades em vários campos. Basicamente, eis o plano que arquitectámos: Faz hoje uma semana, eu e o meu pai fomos à Russia. Nos laboratórios federais, os russos fizeram um clone de mim mesmo. O seu envelhecimento foi acelerado numa incubadora até que ficássemos os dois com a mesma idade e com o mesmo aspecto. Regressámos depois os três a Portugal num submarino de aluguer a propulsão nuclear, que ficou ao largo da costa portuguesa. Hoje de madrugada, quando fui à faina, naveguei em direcção ao submarino e troquei de lugar com o meu clone, que engoliu de propósito um pouco de plutónio. Ele veio ao encontro das gentes de Vila Marmota e deu-me pé para entrar na estória, salvando o meu clone da contaminação pelo Plutónio. Como esta vila é contra o comunismo, seria mais fácil para esta gente aceitar o teu casamento com um extraterrestre do que com um apoiante do comunismo russo! Felizmente tu conseguiste ver o meu disfarce de russo e puseste a descoberto o meu disfarce de extraterrestre. Como tu não sabias de nada, agiste por instinto, o que deu mais realismo à cena. O meu clone, Zé Bigodes II, viverá naquela comunidade cumprindo todas as tradicções de Vila Marmota e nós não nos teremos que preocupar mais com os outros, porque todos pensam que estamos noutro planeta. A felicidade perfeita, mon amour!
- Ó Zé Bigodes! Meu Zé Bigodes! E tudo isto por mim!
- Sim! Por ti, minha estrela da madrugada, meu recife de coral multicolor, minha estrelinha do mar, minha pérola do oceano!
Zé Bigodes, entretido que estava a encontrar adjectivos que descrevessem Olívia Manca, não reparou num pequeno rochedo que conseguiu rasgar uma das paredes do bote de borracha. Consta-se que depois do desastre, ambos nadaram até às ilhas Maldivas, onde chegaram cansados, mas felizes.
Entretanto, em Vila Marmota, Miquelina Zarolha apresentava a sua última teoria ao mar de gente que se acotovelava perto do pelourinho onde a discursante se encontrava.
- ...por isso, não vos deixeis iludir, ingénua gente! Eu posso garantir-vos que Zé Bigodes é um clone do verdadeiro Zé Bigodes, que partiu com Olívia Manca para uma vida incestuosa!
Joselino Narigangas, de porte fino, altivo e com palavras escolhidas a dedo, fez ressaltar a sua voz no meio da multidão, cheia de conteúdo poético:
- Empalem-me essa velha caquética!
FIM
Na modesta embarcação, o casal seguiu calmamente o seu destino.
- Diga-me, senhor extraterrestre... o seu planeta é bonito?
- Diz-me, Olívia Manca... ainda consegues avistar terra?
- Não... só vejo água à nossa volta!
- Óptimo! Que isto já me estava a fazer calor!
Num ápice, a criatura despiu a sua fantasia de extraterrestre, deixando pela primeira vez a sua verdadeira identidade brilhar sob o sol do meio-dia. Pasmai: Zé Bigodes.
- Zé Bigodes? Tu, por baixo de uma fantasia de extraterrestre mascarada pela fantasia de russo? Mas por quê?
- Eu explico, Olívia Manca! É tudo muito simples: a minha mãe, Sezaltina Buços teve um caso com Joselino Narigangas, mas encontrava-se também com Florindo Lambreta, nos dias em que estava de folga dos trabalhos da quinta. Numa dessas folgas, a minha mãe levou mais para a frente a relação que tinha com Florindo Lambreta e eu nasci. De comum acordo, ambos acharam melhor que Joselino Narigangas fosse considerado o verdadeiro pai da criança. Assim, sempre puderam extorquir uma soma avultada de massa aos marretas dos Narigangas, que pagaram forte e feio pelo silêncio da minha mãe. O dinheiro era tanto que deu para ela e para o meu verdadeiro pai: Florindo Lambreta! Como vês, não somos meios-irmãos e por isso, o nosso amor é cem-por-cento válido! Quando a paixão nasceu entre nós os dois, eu e o meu pai, pensamos num plano para que eu conseguisse ficar contigo, sem desmascarar os factos sobre a minha verdadeira filiação. Florindo Lambreta, o meu amado pai, foi espião da rússia durante muitos anos aqui em Portugal e reconhecido lutador pelos direitos comunistas, para infelicidade das gentes de Vila Marmota. Como contrapartida, os russos proporcionam-lhe algumas facilidades em vários campos. Basicamente, eis o plano que arquitectámos: Faz hoje uma semana, eu e o meu pai fomos à Russia. Nos laboratórios federais, os russos fizeram um clone de mim mesmo. O seu envelhecimento foi acelerado numa incubadora até que ficássemos os dois com a mesma idade e com o mesmo aspecto. Regressámos depois os três a Portugal num submarino de aluguer a propulsão nuclear, que ficou ao largo da costa portuguesa. Hoje de madrugada, quando fui à faina, naveguei em direcção ao submarino e troquei de lugar com o meu clone, que engoliu de propósito um pouco de plutónio. Ele veio ao encontro das gentes de Vila Marmota e deu-me pé para entrar na estória, salvando o meu clone da contaminação pelo Plutónio. Como esta vila é contra o comunismo, seria mais fácil para esta gente aceitar o teu casamento com um extraterrestre do que com um apoiante do comunismo russo! Felizmente tu conseguiste ver o meu disfarce de russo e puseste a descoberto o meu disfarce de extraterrestre. Como tu não sabias de nada, agiste por instinto, o que deu mais realismo à cena. O meu clone, Zé Bigodes II, viverá naquela comunidade cumprindo todas as tradicções de Vila Marmota e nós não nos teremos que preocupar mais com os outros, porque todos pensam que estamos noutro planeta. A felicidade perfeita, mon amour!
- Ó Zé Bigodes! Meu Zé Bigodes! E tudo isto por mim!
- Sim! Por ti, minha estrela da madrugada, meu recife de coral multicolor, minha estrelinha do mar, minha pérola do oceano!
Zé Bigodes, entretido que estava a encontrar adjectivos que descrevessem Olívia Manca, não reparou num pequeno rochedo que conseguiu rasgar uma das paredes do bote de borracha. Consta-se que depois do desastre, ambos nadaram até às ilhas Maldivas, onde chegaram cansados, mas felizes.
Entretanto, em Vila Marmota, Miquelina Zarolha apresentava a sua última teoria ao mar de gente que se acotovelava perto do pelourinho onde a discursante se encontrava.
- ...por isso, não vos deixeis iludir, ingénua gente! Eu posso garantir-vos que Zé Bigodes é um clone do verdadeiro Zé Bigodes, que partiu com Olívia Manca para uma vida incestuosa!
Joselino Narigangas, de porte fino, altivo e com palavras escolhidas a dedo, fez ressaltar a sua voz no meio da multidão, cheia de conteúdo poético:
- Empalem-me essa velha caquética!
FIM
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
O consumismo
Olhe-se para o calendário... ele está talhado para despertar os hábitos consumistas das pessoas.
Comecemos no Natal... a época por excelência do consumismo, desvirtualizada ao longo dos tempos dos seus intentos originais. Logo de seguida, para que os menos afortunados possam também gastar (e para os que gastaram possam gastar mais um pouco), vem a época dos saldos. Quase a acabar os saldos de Janeiro-Fevereiro, surge o dia dos namorados, para que as pessoas se deixem de comprar coisas baratas e ofereçam compras mais requintadas. Pouco tempo depois, há que ir comprar máscaras para todos porque o Carnaval está à porta. Passados 40 dias, surge a Páscoa: são os folares dos afilhados, os jantares em família e as prendinhas para toda a gente. Depois vêm as férias... e aí até nos dão mais dinheiro para que o possamos gastar em férias, jantaradas, almoçaradas e o diabo-a-quatro. Depois das férias, aparecem os saldos de verão e, mais uma vez, porque nem só de saldos vivem os comerciantes, surge o "Regresso às Aulas" e lá vai mais dinheiro para comprarmos coisas que já temos: mais lápis, mais canetas, mais cadernos. Num piscar de olhos, estamos no Natal, novamente. Pelo meio ficam os dias de tudo e de mais alguma coisa (do pai, da mãe, da criança), os aniversários...
Quem pensou neste calendário consumista, pensou muito bem: distribuiu tudo uniformemente pelo ano, para que a engrenagem da sociedade continue a funcionar sem problemas, untada pelo dinheiro que se troca.
As opiniões vinculadas através de posts com o label "Teoria da Conspiração" não devem ser levados a sério. Qualquer semelhança com situações, locais ou pessoas reais é mera coincidência. Não existem provas de nada que se escreva no âmbito deste post.
Comecemos no Natal... a época por excelência do consumismo, desvirtualizada ao longo dos tempos dos seus intentos originais. Logo de seguida, para que os menos afortunados possam também gastar (e para os que gastaram possam gastar mais um pouco), vem a época dos saldos. Quase a acabar os saldos de Janeiro-Fevereiro, surge o dia dos namorados, para que as pessoas se deixem de comprar coisas baratas e ofereçam compras mais requintadas. Pouco tempo depois, há que ir comprar máscaras para todos porque o Carnaval está à porta. Passados 40 dias, surge a Páscoa: são os folares dos afilhados, os jantares em família e as prendinhas para toda a gente. Depois vêm as férias... e aí até nos dão mais dinheiro para que o possamos gastar em férias, jantaradas, almoçaradas e o diabo-a-quatro. Depois das férias, aparecem os saldos de verão e, mais uma vez, porque nem só de saldos vivem os comerciantes, surge o "Regresso às Aulas" e lá vai mais dinheiro para comprarmos coisas que já temos: mais lápis, mais canetas, mais cadernos. Num piscar de olhos, estamos no Natal, novamente. Pelo meio ficam os dias de tudo e de mais alguma coisa (do pai, da mãe, da criança), os aniversários...
Quem pensou neste calendário consumista, pensou muito bem: distribuiu tudo uniformemente pelo ano, para que a engrenagem da sociedade continue a funcionar sem problemas, untada pelo dinheiro que se troca.
As opiniões vinculadas através de posts com o label "Teoria da Conspiração" não devem ser levados a sério. Qualquer semelhança com situações, locais ou pessoas reais é mera coincidência. Não existem provas de nada que se escreva no âmbito deste post.
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Condutores e algo mais...
Quanto melhor for o carro que se conduz, maior é a probabilidade de se ser incomodado, "picado", atrapalhado e/ou insultado pelos restantes condutores. Os homens, principalmente, padecem deste mal.
A minha teoria é a seguinte:
Os homens, desde sempre, tiveram necessidade de formar grupos, marcar território e lutar afincadamente pelas suas posses: uma gruta, uma mulher, um naco de carne para partilhar com a sua família, o que quiserem. Nos tempos modernos, poucas são as situações em que os homens necessitam de marcar território de forma não pacífica. Já não existe uma boa batalha em que todos se matam uns aos outros (pelo menos neste país de brandos costumes... lá para o médio oriente a situação é melhor). Quais são então o campo de batalha e o cavalo dos tempos modernos? A estrada e o automóvel! Daí que a maior parte das pessoas se transformem ao volante e revelem comportamentos agressivos e irracionais. Se alguém tem um "cavalo" mais potente ou mais novo, logo aparece outro que dá a entender que, por ter um cavalo mais velho ou menos potente, não é por isso que não fará todos os esforços para delimitar o seu território e fazer ver ao primeiro que, mesmo assim, consegue fazer maravilhas com o que tem. Outro exemplo de campo de batalha camuflado, mas desta vez sem cavalos, são as bancadas dos campos de futebol... ou os jogos de computador em que se pode matar indiscriminadamente os nossos melhores amigos. Esta sociedade actual não passa de uma cambada de macacos engravatados que dariam tudo para rasgarem as suas vestes e lutarem selvaticamente por coisa nenhuma num qualquer charco enlameado.
As opiniões vinculadas através de posts com o label "Teoria da Conspiração" não devem ser levados a sério. Qualquer semelhança com situações, locais ou pessoas reais é mera coincidência. Não existem provas de nada que se escreva no âmbito deste post.
A minha teoria é a seguinte:
Os homens, desde sempre, tiveram necessidade de formar grupos, marcar território e lutar afincadamente pelas suas posses: uma gruta, uma mulher, um naco de carne para partilhar com a sua família, o que quiserem. Nos tempos modernos, poucas são as situações em que os homens necessitam de marcar território de forma não pacífica. Já não existe uma boa batalha em que todos se matam uns aos outros (pelo menos neste país de brandos costumes... lá para o médio oriente a situação é melhor). Quais são então o campo de batalha e o cavalo dos tempos modernos? A estrada e o automóvel! Daí que a maior parte das pessoas se transformem ao volante e revelem comportamentos agressivos e irracionais. Se alguém tem um "cavalo" mais potente ou mais novo, logo aparece outro que dá a entender que, por ter um cavalo mais velho ou menos potente, não é por isso que não fará todos os esforços para delimitar o seu território e fazer ver ao primeiro que, mesmo assim, consegue fazer maravilhas com o que tem. Outro exemplo de campo de batalha camuflado, mas desta vez sem cavalos, são as bancadas dos campos de futebol... ou os jogos de computador em que se pode matar indiscriminadamente os nossos melhores amigos. Esta sociedade actual não passa de uma cambada de macacos engravatados que dariam tudo para rasgarem as suas vestes e lutarem selvaticamente por coisa nenhuma num qualquer charco enlameado.
As opiniões vinculadas através de posts com o label "Teoria da Conspiração" não devem ser levados a sério. Qualquer semelhança com situações, locais ou pessoas reais é mera coincidência. Não existem provas de nada que se escreva no âmbito deste post.
Teoria da Conspiração
Daqui para a frente, de vez em quando, vou dar asas à minha veia de delírio, de mania da perseguição... enfim... de louco. E, para o bem ou para o mal, vou partilhá-las convosco!
As opiniões vinculadas através de posts com o label "Teoria da Conspiração" não devem ser levados a sério. Qualquer semelhança com
situações, locais ou pessoas reais é mera coincidência. Não existem provas de nada que se escreva no âmbito deste post.
As opiniões vinculadas através de posts com o label "Teoria da Conspiração" não devem ser levados a sério. Qualquer semelhança com
situações, locais ou pessoas reais é mera coincidência. Não existem provas de nada que se escreva no âmbito deste post.
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
Amor na Lota do Peixe - Capítulo IX
- Mas que vem a ser isto? O que é que você quer da minha filha bastarda? - perguntou Joselino Narigangas.
- Eu explico... há muitos anos que o nosso disco voador sobrevoa a terra em missões de reconhecimento. Num desses vôos mais rasantes, dei de caras com a face da sua filha bastarda e fiquei imediatamente apaixonado. Queria chegar mais perto dela, por isso, em vez de andar para aí de disco voador, mascarei-me de russo, fazendo-me transportar nas águas portuguesas por um submarino a propulsão nuclear! Sempre dá menos nas vistas! De qualquer forma, hoje aconteceu um imprevisto! Um pedaço de plutónio saíu pelo cano de escape do submarino, quando este abalroou o navio de pesca onde seguia o desafortunado do Zé Bigodes, tendo este sido contaminado logo de seguida. Quis reparar o mal feito e por isso aqui estou eu!
- Um extraterrestre apaixonado por mim? Que emocionante! - disse Olívia Manca.
- Esperem lá! Calmex com o andor! Não vou dar a minha filha bastarda de mão beijada a um extraterrestre!
- Vai, vai! Primeiro porque eu vejo nos olhos da sua filha que ela quer vir comigo e depois, porque o senhor não vai ficar de mãos a abanar! De facto, trouxe-lhe quatrocentos quilos em ouro que servirão como dote.
- E onde é que vocês vão passar a lua-de-mel? Ou melhor: em que planeta? - perguntou Joselino Narigangas à medida que os seus olhos se iam transformando em cifrões.
- Isso ainda é coisa a decidir. Para mais, não se precisa preocupar mais com o bem-estar da sua filha bastarda! Recreámos uma biosfera equivalente à da terra no meu planeta de origem, que por razões de segurança, não vou dizer qual é. Ela será sempre rodeada de luxos e paparicos... à altura da sua beleza! Até pode ser que a curemos do defeito na perna.
- Ó sim! Façam isso! Já que fez o favor de descontaminar o meu filho ex-lâmpada fluorescente, seria uma dádiva dos deuses se desmancassem a minha filha bastarda Olívia Manca!
- Tentaremos! Ó gente de Vila marmota! Esquecei tudo quanto vistes nas últimas horas! O mundo em que viveis não está preparado para saber a verdade sobre o cosmos! Guardai este segredo com a própria vida!
Francisco Panças disse:
- Sim senhor! De acordo! Vocês vão partir no disco voador? Podemos vê-lo?
- Não! Estacionei-o mais lá para o alto-mar. Vamos até ele neste simples bote de borracha insuflável.
O primeiro casal interplanetário desapareceu no horizonte azul.
- Eu explico... há muitos anos que o nosso disco voador sobrevoa a terra em missões de reconhecimento. Num desses vôos mais rasantes, dei de caras com a face da sua filha bastarda e fiquei imediatamente apaixonado. Queria chegar mais perto dela, por isso, em vez de andar para aí de disco voador, mascarei-me de russo, fazendo-me transportar nas águas portuguesas por um submarino a propulsão nuclear! Sempre dá menos nas vistas! De qualquer forma, hoje aconteceu um imprevisto! Um pedaço de plutónio saíu pelo cano de escape do submarino, quando este abalroou o navio de pesca onde seguia o desafortunado do Zé Bigodes, tendo este sido contaminado logo de seguida. Quis reparar o mal feito e por isso aqui estou eu!
- Um extraterrestre apaixonado por mim? Que emocionante! - disse Olívia Manca.
- Esperem lá! Calmex com o andor! Não vou dar a minha filha bastarda de mão beijada a um extraterrestre!
- Vai, vai! Primeiro porque eu vejo nos olhos da sua filha que ela quer vir comigo e depois, porque o senhor não vai ficar de mãos a abanar! De facto, trouxe-lhe quatrocentos quilos em ouro que servirão como dote.
- E onde é que vocês vão passar a lua-de-mel? Ou melhor: em que planeta? - perguntou Joselino Narigangas à medida que os seus olhos se iam transformando em cifrões.
- Isso ainda é coisa a decidir. Para mais, não se precisa preocupar mais com o bem-estar da sua filha bastarda! Recreámos uma biosfera equivalente à da terra no meu planeta de origem, que por razões de segurança, não vou dizer qual é. Ela será sempre rodeada de luxos e paparicos... à altura da sua beleza! Até pode ser que a curemos do defeito na perna.
- Ó sim! Façam isso! Já que fez o favor de descontaminar o meu filho ex-lâmpada fluorescente, seria uma dádiva dos deuses se desmancassem a minha filha bastarda Olívia Manca!
- Tentaremos! Ó gente de Vila marmota! Esquecei tudo quanto vistes nas últimas horas! O mundo em que viveis não está preparado para saber a verdade sobre o cosmos! Guardai este segredo com a própria vida!
Francisco Panças disse:
- Sim senhor! De acordo! Vocês vão partir no disco voador? Podemos vê-lo?
- Não! Estacionei-o mais lá para o alto-mar. Vamos até ele neste simples bote de borracha insuflável.
O primeiro casal interplanetário desapareceu no horizonte azul.
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
Arcos de Valdevez
Um dia antes da véspera de Natal, visitei a Vila de Arcos de Valdevez.
Como sempre, não me esqueci de levar a máquina fotográfica digital e captar alguns momentos...
Do outro lado do Rio Vez, avista-se S. Paio com a sua igreja. A pequena cascata de água depois da ponte presta-se a bons enquadramentos fotográficos.
A luz do fim-de-tarde, emprestou uma atmosfera mítica ao local e, por breves instantes, quase fui transportado para a idade média.
Muitas são as pessoas que aproveitam o espelho natural que a água faz antes de cair em cascata para tirarem fotografias de belo efeito. Eu não fui excepção.
Na praça principal, chamada Transladário (penso eu), figuram duas estátuas que se defrontam a cavalo, numa clara alusão ao Torneio de Arcos de Valdevez, que descrevo mais pormenorizadamente na última parcela de texto deste post.
O Jardim do Terreiro é bastante aprazível e situa-se perto da Igreja Matriz. A construção em pedra que se vê na imagem, tem o aspecto de uma ponte, mas não é mais do que um passadiço elevado. É, contudo, bastante bonita.
Num dos edifícios da zona histórica, figura um painel de azulejos relativo ao Torneio de Arcos de Valdevez. Travou-se em 1140, entre cavaleiros portugueses e leoneses, em vez da batalha campal tradicional que, antes, esteve iminente. Os portugueses venceram. Este torneio foi importante, na medida em que levou à negociação do armistício entre Afonso VII de Espanha e Afonso Henriques. Foi um primeiro passo para a celebração do Tratado de Zamora (independência de Portugal), em 1143. Foi a partir do Torneio do Vez, realizado nesta pacata vila minhota, que Afonso Henriques passou a auto-proclamar-se "Rei de Portugal".
Como sempre, não me esqueci de levar a máquina fotográfica digital e captar alguns momentos...
Do outro lado do Rio Vez, avista-se S. Paio com a sua igreja. A pequena cascata de água depois da ponte presta-se a bons enquadramentos fotográficos.
A luz do fim-de-tarde, emprestou uma atmosfera mítica ao local e, por breves instantes, quase fui transportado para a idade média.
Muitas são as pessoas que aproveitam o espelho natural que a água faz antes de cair em cascata para tirarem fotografias de belo efeito. Eu não fui excepção.
Na praça principal, chamada Transladário (penso eu), figuram duas estátuas que se defrontam a cavalo, numa clara alusão ao Torneio de Arcos de Valdevez, que descrevo mais pormenorizadamente na última parcela de texto deste post.
O Jardim do Terreiro é bastante aprazível e situa-se perto da Igreja Matriz. A construção em pedra que se vê na imagem, tem o aspecto de uma ponte, mas não é mais do que um passadiço elevado. É, contudo, bastante bonita.
Num dos edifícios da zona histórica, figura um painel de azulejos relativo ao Torneio de Arcos de Valdevez. Travou-se em 1140, entre cavaleiros portugueses e leoneses, em vez da batalha campal tradicional que, antes, esteve iminente. Os portugueses venceram. Este torneio foi importante, na medida em que levou à negociação do armistício entre Afonso VII de Espanha e Afonso Henriques. Foi um primeiro passo para a celebração do Tratado de Zamora (independência de Portugal), em 1143. Foi a partir do Torneio do Vez, realizado nesta pacata vila minhota, que Afonso Henriques passou a auto-proclamar-se "Rei de Portugal".
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