Longe vai o ano de 1987, onde pela primeira vez tive contacto com um computador. Depois de muitas insistências, lá consegui que os meus pais me oferecessem um TC2068 pelos meus anos (uma espécie de ZX Spectrum, mas com mais memória e uns comandos adicionais em BASIC, para além de um leitor de cartridges, cuja principal função era colocar a cartridge que emulava o ZX Spectrum).
Enquanto os meus amigos se divertiam com joguinhos, eu divertia-me a programar os meus próprios jogos em BASIC e a fazer desenhos no computador.
É evidente que eu também jogava! E como prova disso, aqui vai uma lista dos jogos que costumava jogar. Lembro-me que enquanto o penúltimo jogo desta lista "carregava", eu ia tomar um lanchinho... agora, até me dá vontade de rir o facto dos jogos carregarem instantâneamente. Dantes tínhamos de estar bastante tempo à espera que o programa "carregasse" na memória e, às vezes, para ver a desapontante mensagem: "R Tape Loading Error, 0:1".
Serve de exemplo para muitos jogos modernos as maravilhas que se conseguiam fazer apenas com 48 mil bytes:
Bruce Lee
Neste jogo, vestimos a pele de Bruce Lee. Pode ser catalogado como um "Beat-em-up", onde temos de passar vários ecrãs recolhendo objectos (#).
Chase H.Q.
Perseguição policial pura e dura. Temos de encontrar um fugitivo e fazê-lo parar a custo de toques entre carros. Um bom exemplo em que os gráficos do Z80 são bem utilizados.
Exolon
Talvez um dos jogos mais impressionantes em termos de gráficos. É um "Shoot-em-up", onde um astronauta tem de progredir por vários ecrãs passando por armadilhas e inimigos com formas estranhas.
Flying Shark
Um dos meus jogos preferidos. Pilotamos um pequeno avião que tem que progredir por território inimigo. Adrenalina típica dos "Shoot-em-up", gráficos bem conseguidos e velocidade vertiginosa são os ingredientes de um jogo que explora bastante bem todas as potencialidades do Z80.
Krakout
Um jogo ao estilo de Arkanoid em que, com uma raquete, comandamos uma bola que destrói as diversas composições que nos vão aparecendo em cada nível. Era o jogo em que o meu pai me expulsava várias vezes do computador para jogá-lo.
Nigel Mansell's Grand Prix
O melhor jogo de simulação de Fórmula 1. Basta dizer isto.
Pippo
O objectivo deste jogo é passar com o nosso bonequinho sobre as casas de um tabuleiro até que estas fiquem com a cor pretendida. Temos de fazer atenção para não cairmos fora do tabuleiro, ou chocarmos com outras personagem que por lá se movem. As pílulas neutralizam os nossos inimigos e o filho do Pippo dá-nos uma vida extra. Um excelente e divertido jogo.
Roadrace
Temos de chegar ao fim de um conjunto de corridas de automóveis com a melhor classificação possível. Cuidado com as manobras dos carros que estão à nossa frente, com a visibilidade e com as condições atmosféricas. Não é o melhor jogo de corridas, mas é cativante, na medida em que nos faz voltar a jogar para tentarmos superar a nossa marca anterior.
Saboteur
A nossa missão: explodir um complexo inimigo sabotando o computador central e conseguir fugir de helicóptero. Mais um bom exemplo de como se pode fazer um jogo com gráficos decentes, mesmo com as limitações do Z80.
Target Renegade
As ruas são perigosas. Neste jogo temos de passar vários cenários urbanos à medida que enfrentamos os elementos de perigosos gangs. Bons gráficos e boa jogabilidade.
Thanatos
Provavelmente um dos jogos mais originais e mais bem feitos para o Z80 a todos os níveis: gráficos, animação, pormenores, música e atmosfera. Aqui, vestimos a pele de um dragão que terá de passar por três castelos: no primeiro, irá buscar uma feiticeira; no segundo, irá deixar que a feiticeira pegue no seu livro de magias; no terceiro castelo, encontra-se o caldeirão onde a feiticeira poderá executar a sua magia. Pelo caminho, os mais variados perigos: aranhas venenosas, chuvas de pedras, dragões bicéfalos, cobras marinhas, arqueiros, abelhas, etc.
Turbo Esprit
Neste jogo, temos de percorrer as ruas de londres em busca do nosso inimigo, disparando sobre ele e cumprindo (minimamente) as regras de trânsito. Cuidado para não matar os peões!
Para jogar estes e outros jogos, visite: http://www.worldofspectrum.org/
Um blog de Vítor Carvalho.
Algumas reflexões sobre acessibilidade, usabilidade e design para a Web, ideias, desabafos, viagens, humor, crítica e fotografias...
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2 comentários:
Eu tinha um spectrum, que funcionava a cassetes, ligado a um monitor monocromático verde :) e era a festa! saíamos da escola a correr para vir jogar. dava para deixar a cassete e ir lanchar, como dizes, para depois chegar e ver que o jogo não tinha carregado por um motivo qualquer. saudosas horas a jogar o Chuckie Egg :D
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