É esta a afirmação de Susan Weinschenk no seu último post. Estabelece também três grupos distintos de pessoas: Geração Milénio (nascidos entre 1982 e 2002), Geração X (nascidos entre 1961 e 1981) e Geração "Boomers" (de "Baby Boom") (nascidos entre 1943 e 1961).
Dualismo versus Obiquidade
Os Boomers pensam que a tecnologia é uma coisa à parte. Eles "vão para" a Internet. Eles "fazem uma chamada no telemóvel". Eles procuram alguma coisa "no computador". Por outras palavras: distinguem a tarefa da ferramenta que utilizam. Os Milénio não têm este dualismo ou separação. Eles procuram alguma coisa (claro que o fazem no computador... porque é que deveriam dizer isso se é tão óbvio?). Eles fazem uma chamada ou enviam um SMS... a tecnologia está implícita e assumida.
Estaremos a ser encurralados pela tecnologia?
Os X vivem a sua vida com a tecnologia. Trabalham com ela e usam-na para serem mais produtivos. Gostam de adaptá-la e personalizá-la. Os X são de facto aqueles que estão mais apaixonados pela tecnologia mas, ao mesmo tempo, sentem-se encurralados por ela. Os Boomers lembram-se da vida sem ela, por isso podem usá-la e ficarem viciados nela como toda a gente mas podem também, mais facilmente, verem-se livres dela. Os Milénio integraram todas as tecnologias nas suas vidas mas serão aqueles que dirão "precisamos de falar mais e deixar de enviar tantos SMS" ou "as pessoas estão a esquecer-se de como falar entre elas" ou "eu não uso email... é uma confusão e é demasiado impessoal... se precisar de comunicar com alguém, telefono-lhes ou envio um SMS ou utilizo o Facebook".
Ninguém gosta de fontes pequenas
Por vezes somos levados a pensar que só necessitaremos de fontes maiores se a nossa audiência for constituída principalmente por Boomers. Na realidade, todas as gerações estão de acordo quando dizem que o texto na internet é, por vezes, demasiado pequeno.
Gostam de coisas que façam scroll?
Os Boomers não gostam de coisas que se mexam ou que façam scroll numa página, como os banners que vão mudando. Eles REALMENTE não gostam disto e pode ser um dos motivos que os levam a abandorar um determinado site. Os X dão-se bem com estas animações e os Milénio aborrecem-se sem elas.
Interessante e Divertido
Os Milénio esperam que os websites sejam pelo menos interessantes se não mesmo divertidos. Os X e os Boomers estão dispostos a trocar o divertimento pela adaptabilidade (X) e pelas suas ferramentas úteis (Boomers).
Twitter e Facebook
Os X adoram o Twitter. Os Milénio preferem o Facebook. Os Boomer estão a tentar utilizar os dois mas ainda estão um pouco perplexos.
Os da Geração X estão em desvantagem numérica
A geração Boomer é enorme (78 milhões nos EUA). Os Milénio são um grupo ainda maior (80 milhões nos EUA). Os X são um grupo bastante mais pequeno (55 milhões nos EUA).
Os da Geração X têm de se precaver contra a tendência do design
Se você for um X, tem de ser bastante cauteloso. Os X estão a fazer a maior parte do design de websites, mas a maior parte da audiência não é constituída por X (tendo em conta os números acima, os X são apenas 25%)! Terão de garantir que não estão a fazer design para eles próprios e terão que testar o seu design com diferentes gerações.
Os da Geração Milénio são mais influenciados pelo factor "pessoas como eu"
Se tiver fotografias de pessoas no seu website, os Milénio serão os mais sensíveis à aparência dessas pessoas, especialmente quão velhas elas são. Se houver uma diferença (que às vezes pode ser pequena), poderão pensar que o site não é para eles.
As pessoas não vão perdendo atributos da sua geração à medida que forem envelhecendo
As diferenças entre gerações são profundas e marcadas desde a infância. Os Milénio não irão crescer para serem X, como os X não vão envelhecer para se tornarem Boomers.
Um blog de Vítor Carvalho.
Algumas reflexões sobre acessibilidade, usabilidade e design para a Web, ideias, desabafos, viagens, humor, crítica e fotografias...
quarta-feira, novembro 18, 2009
quarta-feira, outubro 28, 2009
Música Essencial
Hoje quis fazer uma colectânea de músicas para colocar no telemóvel e acabei por chegar a 73 músicas que considero indispensáveis (sem as quais não me imagino a viver). Apresentarei, para cada grupo, uma pequena história de como comecei a ouvi-los.
ABBA
Devo ao meu pai e às suas cassetes o primeiro contacto que tive com os ABBA, mais precisamente com o álbum "Voulez-Vous".
A minha amiga e colega de trabalho A.F.O. deixou-me ouvir algumas músicas desta excêntrica cantora. Diga-se o que se disser, a Amy soube colocar a sua alma na música e na letra.
Foi um dos casos em que conheci primeiro a música do que o autor. Os documentários mais antigos da RTP, quando retratavam Portugal, invariavelmente colocavam música de Carlos Paredes. Na minha mente, sempre associei imagens a preto-e-branco bucólicas sobre Portugal e as suas gentes à música de Carlos Paredes.
Lembro-me de ouvir Hotel California num rádio de automóvel e de ter pensado "não vou descansar enquanto não souber quem são estes tipos" (apanhei a música a meio).
Num passeio do secundário à Costa da Caparica (1990), fomos parar a uma discoteca pequena onde, pela primeira vez ouvi esta sonoridade que me hipnotizou.
Ouvi-os pela primeira vez numa cassete manhosa do meu antigo vizinho do segundo andar da casa dos meus pais quando ainda era criança.
Esta magnífica banda Espanhola foi-me dada a conhecer (1997) pela minha amiga de Braga M.S. que é sua fã nº1... principalmente do vocalista.
Mais uma vez tenho de agradecer à A.F.O. por me apresentar a música desta banda.
Não sou particularmente fã da música da Madonna, mas ao ver na televisão o video-clipe desta música pensei: aqui está uma sonoridade interessante!
Devo a descoberta de Mark Knopfler e da sua ex-banda Dire Straits ao meu amigo de infância R.S. Ainda me lembro de gravarmos o video-clipe "Money for Nothing" com o gravador de cassetes em frente à televisão (1985)!
Outra descoberta que devo a R.S. e ao seu CD "The Complete Mike Oldfield".
Comecei a interessar-me por esta banda por volta de 1997, por causa de uma amiga da M.S. que me falava maravilhas dos U2.
Outro autor do qual conheço primeiro a música. Talvez tenha sido o meu amigo C.S. que tenha feito despoletar o meu interesse por Vangelis quando decidiu incluir algumas músicas deste autor numa apresentação multimédia que fizémos em conjunto.
ABBA
Devo ao meu pai e às suas cassetes o primeiro contacto que tive com os ABBA, mais precisamente com o álbum "Voulez-Vous".
- Another Town, Another Train
- Eagle
- Move On
- One of Us
- S.O.S.
- The Day Before You Came
- The Piper
A minha amiga e colega de trabalho A.F.O. deixou-me ouvir algumas músicas desta excêntrica cantora. Diga-se o que se disser, a Amy soube colocar a sua alma na música e na letra.
- Rehab
- You Know I'm No Good
- Back to Black
- Tears Dry On Their Own
Foi um dos casos em que conheci primeiro a música do que o autor. Os documentários mais antigos da RTP, quando retratavam Portugal, invariavelmente colocavam música de Carlos Paredes. Na minha mente, sempre associei imagens a preto-e-branco bucólicas sobre Portugal e as suas gentes à música de Carlos Paredes.
- In Memoriam
- Balada de Coimbra
- Verdes Anos
Lembro-me de ouvir Hotel California num rádio de automóvel e de ter pensado "não vou descansar enquanto não souber quem são estes tipos" (apanhei a música a meio).
- Hotel California (live on "Hell Freezes Over")
Num passeio do secundário à Costa da Caparica (1990), fomos parar a uma discoteca pequena onde, pela primeira vez ouvi esta sonoridade que me hipnotizou.
- Dancing With Mephisto
- Gravity of Love
- Morphing Thru Time
- Principles of Lust
- Return to Innocence
- Sitting on the Moon
Ouvi-os pela primeira vez numa cassete manhosa do meu antigo vizinho do segundo andar da casa dos meus pais quando ainda era criança.
- Aven, Aven
- Como Siento Yo
- Duende
- Galaxia
- Legende
- Luna de Fuego
- Tampa
Esta magnífica banda Espanhola foi-me dada a conhecer (1997) pela minha amiga de Braga M.S. que é sua fã nº1... principalmente do vocalista.
- Heroe de Leyenda
Mais uma vez tenho de agradecer à A.F.O. por me apresentar a música desta banda.
- Bend and Break
- Everybody's Changing
- She Has No Time
- Bedshaped
Não sou particularmente fã da música da Madonna, mas ao ver na televisão o video-clipe desta música pensei: aqui está uma sonoridade interessante!
- Frozen
Devo a descoberta de Mark Knopfler e da sua ex-banda Dire Straits ao meu amigo de infância R.S. Ainda me lembro de gravarmos o video-clipe "Money for Nothing" com o gravador de cassetes em frente à televisão (1985)!
- All The Roadrunning
- Border Reiver
- Brothers In Arms
- Done With Bonaparte
- Get Lucky
- Going Home
- Golden Heart
- Je Suis Désolé
- Love Over Gold
- So Far Away
- Sultans of Swing
- Wild Theme
Outra descoberta que devo a R.S. e ao seu CD "The Complete Mike Oldfield".
- Celtic Rain
- In High Places
- Moonlight Shadow
- Mount Teidi
- Poison Arrows
- Shadow on the Wall
- Sheba
- Talk About Your Life
- The Lake
- The Song of the Sun
- The Voyager
- To France
- Women of Ireland
Comecei a interessar-me por esta banda por volta de 1997, por causa de uma amiga da M.S. que me falava maravilhas dos U2.
- Electrical Storm
- One
- Until the End of the World
Outro autor do qual conheço primeiro a música. Talvez tenha sido o meu amigo C.S. que tenha feito despoletar o meu interesse por Vangelis quando decidiu incluir algumas músicas deste autor numa apresentação multimédia que fizémos em conjunto.
- 12 o'Clock
- Alpha
- Closing Titles from Mutiny on the Bounty
- Creation du Monde
- He - O
- I'll Find My Way Home
- La Petite Fille de la Mer
- Stuffed Tomato
- Theme from Antarctica
- Theme from the TV Series Cosmos
- To the Unknown Man
terça-feira, outubro 27, 2009
Comprimento das linhas de texto
Ultimamente, há muitos assuntos interessantes para comentar no domínio da acessibilidade/usabilidade.
Susan Weinschenk fala desta vez em qual o comprimento ideal de uma linha de texto.
A investigação [DYSON, 2004] comprova que o comprimento óptimo de uma linha de texto para leitura no ecrã é de 100 caracteres (maximiza a velocidade de leitura). No entanto, se perguntarmos aos utilizadores o que é que eles preferem, responderão que gostam mais de linhas mais curtas (45 a 72 caracteres).
A investigação também aponta que uma só coluna de texto é melhor que múltiplas colunas. Novamente, os utilizadores dizem preferir múltiplas colunas.
Susan termina com uma pergunta: deveremos dar às pessoas o que elas preferem ou ir contra as suas preferências e intuições, sabendo que lerão mais rápido se forem usados maiores comprimentos de linha e uma coluna de texto?
A minha resposta para esta pergunta não pode deixar de passar pelos ensinamentos de outro guru da acessibilidade (Jakob Nielsen) que nos diz que não deveremos dar mais importância ao que o utilizador diz do que ao que o utilizador faz.
No entanto, a resposta não é assim tão simples. Da leitura superficial que fiz do paper, o estudo não quantifica os ganhos em rapidez relativamente ao número de caracteres por linha e à compreensão do texto. Quero com isto dizer que os ganhos podem não justificar a aparência final da página (menos apelativa para os utilizadores). Mais importante ainda do que o número de caracteres por linha será o texto adaptado à Web. Ninguém gosta de ler lençóis enormes de texto no ecrã. Se o objectivo for levar os utilizadores a ler um romance ou outra literatura de grandes dimensões no ecrã, deverão utilizar-se as técnicas que comprovadamente tornam a leitura mais fácil para os utilizadores.
Susan Weinschenk fala desta vez em qual o comprimento ideal de uma linha de texto.
A investigação [DYSON, 2004] comprova que o comprimento óptimo de uma linha de texto para leitura no ecrã é de 100 caracteres (maximiza a velocidade de leitura). No entanto, se perguntarmos aos utilizadores o que é que eles preferem, responderão que gostam mais de linhas mais curtas (45 a 72 caracteres).
A investigação também aponta que uma só coluna de texto é melhor que múltiplas colunas. Novamente, os utilizadores dizem preferir múltiplas colunas.
Susan termina com uma pergunta: deveremos dar às pessoas o que elas preferem ou ir contra as suas preferências e intuições, sabendo que lerão mais rápido se forem usados maiores comprimentos de linha e uma coluna de texto?
A minha resposta para esta pergunta não pode deixar de passar pelos ensinamentos de outro guru da acessibilidade (Jakob Nielsen) que nos diz que não deveremos dar mais importância ao que o utilizador diz do que ao que o utilizador faz.
No entanto, a resposta não é assim tão simples. Da leitura superficial que fiz do paper, o estudo não quantifica os ganhos em rapidez relativamente ao número de caracteres por linha e à compreensão do texto. Quero com isto dizer que os ganhos podem não justificar a aparência final da página (menos apelativa para os utilizadores). Mais importante ainda do que o número de caracteres por linha será o texto adaptado à Web. Ninguém gosta de ler lençóis enormes de texto no ecrã. Se o objectivo for levar os utilizadores a ler um romance ou outra literatura de grandes dimensões no ecrã, deverão utilizar-se as técnicas que comprovadamente tornam a leitura mais fácil para os utilizadores.
segunda-feira, outubro 26, 2009
Potências de 10: Escalas de tempo na experiência do utilizador
Admito (já admiti antes...) que não sou particularmente bom a matemática e, pelos vistos, Jakob Nielsen - o autor do post - também não o é (aparentemente). A escala de tempo aqui apresentada usa potências de 10 mas não é, em si mesma, uma escala pura em potências de 10, uma vez que utiliza várias medidas de tempo. Porém, o título é sonante e o resultado é... interessante.
0,1 Segundos
Uma experiência levada a cabo pela Dr. Gitte Lindgaard revelou que os utilizadores precisam de apenas metade de um décimo de segundo (0,05 segundos) para decidir se uma página é ou não apelativa visualmente.
Até aos 0,1 segundos, os utilizadores têm a sensação da resposta ser imediata por parte do computador a um comando que executem (por exemplo, o tempo que um menu de escolha múltipla possa demorar a expandir depois de "clicado").
1 Segundo
Se o computador responde entre os 0,1 segundos e 1 segundo, o utilizador tem a sensação que o computador está a preparar a resposta ao seu comando. Neste espaço de tempo, o utilizador ainda consegue ficar focado na acção. Quer isto dizer que toda a interacção na Web deverá ocorrer idealmente até 1 segundo.
10 Segundos
A partir do primeiro segundo, os utilizadores começam a ficar impacientes e têm a noção de estar perante um computador lento. 10 segundos é o limite máximo da paciência para um utilizador. Mais de 10 segundos implica a quebra do ritmo de interacção e, na maior parte das vezes, os utilizadores abandonarão o site. É sabido que, em média, uma página Web é vista durante 30 segundos.
1 Minuto
Os utilizadores deverão ser capazes de completar tarefas simples em menos de um minuto. Os videos da Internet não deverão demorar mais do que 1 a 2 minutos, uma vez que quando os utilizadores estão "sintonizados" para a navegação Web, não gostam de ficar sentados a olhar passivamente para coisas mais do que 2 minutos. A maior parte das visitas a sites demora entre 2 e 4 minutos.
10 Minutos
10 minutos será uma visita longa a um website.
1 Hora
A maior parte dos utilizadores completa tarefas na Web em menos de uma hora. Uma hora é quando deve também durar um estudo de usabilidade. Este valor é ainda mais verdadeiro no que toca a crianças. Os adultos poderão aguentar, no máximo dos máximos, duas horas.
1 Dia
É o tempo de resposta máximo para um serviço de apoio a clientes baseado na Web (embora se deva dar uma resposta de "mensagem recebida" em menos de 1 minuto.
1 Semana
O Facebook e o Twitter são visitados diariamente mas o MySpace e o LinkedIn recebem mais visitas semanais. Os sites deverão observar o que os utilizador
1 Mês
Os processos de negócio tomam mais tempo do que as decisões individuais. Para os sites B2B e de colaboração institucional, é normal haver um mês ou mais entre o início da acção e o seu fim.
1 Ano
Quando se utiliza um site durante um ano, começa-se a ser um utilizador experiente. É necessário este tempo todo devido à forma superficial como os utilizadores visitam os sites. Cada visita é curta e as pessoas não dispendem muito tempo a procurarem novas funcionalidades ou a cimentarem os seus conhecimentos.
As mudanças organizacionais demoram anos. Por exemplo, uma empresa demora 2 ou 3 anos a progredir de nível nos 8 estágios de maturidade da usabilidade.
10 Anos
Leva aproximadamente 10 anos para que os utilizadores adquiram conhecimento profundo acerca de um sistema complexo como o Unix.
Os dados vivem frequentemente durante décadas - muito mais do que o interface com o utilizador que as pessoas utilizam para terem acesso aos dados. Isto significa que são precisas ferramentas de migração para ajudar os utilizadores a transferirem os dados antigos para os novos sistemas.
100 Anos
Se a mudança a nível organizacional demora anos, as mudanças na sociedade podem demorar décadas. Por exemplo, é possível que os sistemas colaborativos despovoem as cidades. Também é possível que a mudança para informação mais curta e superficial em vez da informação imersiva e linear mine a educação à medida que as pessoas possam perder as suas capacidades para aprenderem e estudarem conceitos mais difíceis.
0,1 Segundos
Uma experiência levada a cabo pela Dr. Gitte Lindgaard revelou que os utilizadores precisam de apenas metade de um décimo de segundo (0,05 segundos) para decidir se uma página é ou não apelativa visualmente.
Até aos 0,1 segundos, os utilizadores têm a sensação da resposta ser imediata por parte do computador a um comando que executem (por exemplo, o tempo que um menu de escolha múltipla possa demorar a expandir depois de "clicado").
1 Segundo
Se o computador responde entre os 0,1 segundos e 1 segundo, o utilizador tem a sensação que o computador está a preparar a resposta ao seu comando. Neste espaço de tempo, o utilizador ainda consegue ficar focado na acção. Quer isto dizer que toda a interacção na Web deverá ocorrer idealmente até 1 segundo.
10 Segundos
A partir do primeiro segundo, os utilizadores começam a ficar impacientes e têm a noção de estar perante um computador lento. 10 segundos é o limite máximo da paciência para um utilizador. Mais de 10 segundos implica a quebra do ritmo de interacção e, na maior parte das vezes, os utilizadores abandonarão o site. É sabido que, em média, uma página Web é vista durante 30 segundos.
1 Minuto
Os utilizadores deverão ser capazes de completar tarefas simples em menos de um minuto. Os videos da Internet não deverão demorar mais do que 1 a 2 minutos, uma vez que quando os utilizadores estão "sintonizados" para a navegação Web, não gostam de ficar sentados a olhar passivamente para coisas mais do que 2 minutos. A maior parte das visitas a sites demora entre 2 e 4 minutos.
10 Minutos
10 minutos será uma visita longa a um website.
1 Hora
A maior parte dos utilizadores completa tarefas na Web em menos de uma hora. Uma hora é quando deve também durar um estudo de usabilidade. Este valor é ainda mais verdadeiro no que toca a crianças. Os adultos poderão aguentar, no máximo dos máximos, duas horas.
1 Dia
É o tempo de resposta máximo para um serviço de apoio a clientes baseado na Web (embora se deva dar uma resposta de "mensagem recebida" em menos de 1 minuto.
1 Semana
O Facebook e o Twitter são visitados diariamente mas o MySpace e o LinkedIn recebem mais visitas semanais. Os sites deverão observar o que os utilizador
1 Mês
Os processos de negócio tomam mais tempo do que as decisões individuais. Para os sites B2B e de colaboração institucional, é normal haver um mês ou mais entre o início da acção e o seu fim.
1 Ano
Quando se utiliza um site durante um ano, começa-se a ser um utilizador experiente. É necessário este tempo todo devido à forma superficial como os utilizadores visitam os sites. Cada visita é curta e as pessoas não dispendem muito tempo a procurarem novas funcionalidades ou a cimentarem os seus conhecimentos.
As mudanças organizacionais demoram anos. Por exemplo, uma empresa demora 2 ou 3 anos a progredir de nível nos 8 estágios de maturidade da usabilidade.
10 Anos
Leva aproximadamente 10 anos para que os utilizadores adquiram conhecimento profundo acerca de um sistema complexo como o Unix.
Os dados vivem frequentemente durante décadas - muito mais do que o interface com o utilizador que as pessoas utilizam para terem acesso aos dados. Isto significa que são precisas ferramentas de migração para ajudar os utilizadores a transferirem os dados antigos para os novos sistemas.
100 Anos
Se a mudança a nível organizacional demora anos, as mudanças na sociedade podem demorar décadas. Por exemplo, é possível que os sistemas colaborativos despovoem as cidades. Também é possível que a mudança para informação mais curta e superficial em vez da informação imersiva e linear mine a educação à medida que as pessoas possam perder as suas capacidades para aprenderem e estudarem conceitos mais difíceis.
Cegueira devida à falta de atenção
O Blog de Susan Weinschenk intitulado "What Makes Them Click?" (que sigo regularmente) salienta um fenómeno interessante que ela intitula de "Cegueira devida à falta de atenção". Grosso modo, este fenómeno traduz-se pela nossa incapacidade em estarmos atentos a determinados pormenores, principalmente se estamos sintonizados para outros aspectos. O vídeo que se segue é bastante elucidativo.No que é que isto se traduz para a realidade da Web, pergunta Susan? Mudar alguma coisa numa página Web, mesmo que de forma espampanante, não quer dizer inequivocamente que os utilizadores reparem nela. Isto fez-me lembrar de outro fenómeno mencionado por Jakob Nielsen denominado de "Cegueira à Publicidade": estamos tão habituados a sermos bombardeados com publicidade na Web que praticamente já não reparamos em banners (ou coisas que se assemelhem a banners) ou em animações demasiado agressivas.
segunda-feira, setembro 28, 2009
Maioria absoluta "jamais"
O "jamais" do título deve ser pronunciado como "já-mé", ao estilo françuguês.
Que alívio! Tinha prometido aos meus amigos que cometeria uma coisa mázinha contra mim mesmo se Sócrates vencesse novamente com maioria absoluta. As maiorias absolutas são um pseudo-contra-senso dentro da democracia quando mal utilizadas (que foi mais ou menos o que aconteceu nos últimos anos).
O PSD não teve uma líder carismática à altura de Sócrates e o seu discurso não reflectiu as verdadeiras preocupações dos portugueses. Como tal, ganharam os partidos que ressaltaram de uma forma ou de outra os pontos fulcrais da má governação de Sócrates, apresentando de forma clara as alternativas que defendem. Falo, claro está, do CDS-PP e do Bloco de Esquerda. São partidos pequenos mas que têm crescido muito à custa do trabalho de casa bem feito.
A CDU continua a "conseguir fazer bastantes omeletes com poucos ovos" (Marcelo Rebelo de Sousa dixit). Esta frase retrata, na sua essência, a forma como um partido que, tendo ficado em último lugar no rol de partidos com assento parlamentar consegue, mesmo assim, aumentar o número de votantes e o número de deputados.
Os próximos tempos não serão fáceis para Sócrates e para a sua equipa. As contas da estabilidades são complexas: governos maioritários com o PSD (reavivando o bloco central), com o CDS-PP (duas personalidades bastante fortes e difíceis de conjugar) ou com os dois partidos de esquerda juntos (tendo de aguentar com o ódio visceral entre o Bloco de Esquerda e a CDU). Será que Sócrates tem uma faceta diplomata que ainda não revelou ou vai continuar igual a si próprio? Só o futuro o dirá.
Espero que não seja Portugal a pagar a factura do desentendimento entre os partidos. É nesta altura que todos eles deverão pensar mais no futuro e deixarem de olhar para os seus próprios umbigos.
Que alívio! Tinha prometido aos meus amigos que cometeria uma coisa mázinha contra mim mesmo se Sócrates vencesse novamente com maioria absoluta. As maiorias absolutas são um pseudo-contra-senso dentro da democracia quando mal utilizadas (que foi mais ou menos o que aconteceu nos últimos anos).
O PSD não teve uma líder carismática à altura de Sócrates e o seu discurso não reflectiu as verdadeiras preocupações dos portugueses. Como tal, ganharam os partidos que ressaltaram de uma forma ou de outra os pontos fulcrais da má governação de Sócrates, apresentando de forma clara as alternativas que defendem. Falo, claro está, do CDS-PP e do Bloco de Esquerda. São partidos pequenos mas que têm crescido muito à custa do trabalho de casa bem feito.
A CDU continua a "conseguir fazer bastantes omeletes com poucos ovos" (Marcelo Rebelo de Sousa dixit). Esta frase retrata, na sua essência, a forma como um partido que, tendo ficado em último lugar no rol de partidos com assento parlamentar consegue, mesmo assim, aumentar o número de votantes e o número de deputados.
Os próximos tempos não serão fáceis para Sócrates e para a sua equipa. As contas da estabilidades são complexas: governos maioritários com o PSD (reavivando o bloco central), com o CDS-PP (duas personalidades bastante fortes e difíceis de conjugar) ou com os dois partidos de esquerda juntos (tendo de aguentar com o ódio visceral entre o Bloco de Esquerda e a CDU). Será que Sócrates tem uma faceta diplomata que ainda não revelou ou vai continuar igual a si próprio? Só o futuro o dirá.
Espero que não seja Portugal a pagar a factura do desentendimento entre os partidos. É nesta altura que todos eles deverão pensar mais no futuro e deixarem de olhar para os seus próprios umbigos.
quarta-feira, setembro 23, 2009
Redesign: Totalmente Novo vs. Familiar
O último post de Jakob Nielsen tem algumas ideias interessantes.
"Os utilizadores detestam mudanças. Por isso, é geralmente melhor continuar com o design familiar e evoluir gradualmente. Contudo, a longo prazo, o incrementalismo destrói a coerência, necessitando por isso de uma nova arquitectura de Interface para o Utilizador (IU)".
Ouve-se muitas vezes os gestores pedirem um "novo design". Isto conduz geralmente a um projecto com objectivos e estratégias errados.
Tipicamente, um design totalmente novo será um pior design, simplesmente porque é novo, quebrando as expectativas dos utilizadores. Uma melhor estratégia é optar pela familiaridade, construindo o novo design no conhecimento existente nos utilizadores de como funciona um sistema.
Porque é que a equipa quer um novo design?
Porque geralmente as equipas passam literalmente a vida a olhar para o site que desenvolvem. É natural que se ache o design cansativo. O utilizador típico, pelo contrário, só passou algumas horas nos últimos anos a olhar para esse mesmo design. Uma das Leis de Jakob sobre a experiência dos utilizadores na Internet diz-nos que "os utilizadores passam a maior parte do tempo noutros sites".
Porque é que os utilizadores querem um design familiar?
A razão mais importante? Os utilizadores não querem saber do design per se; querem fazer as coisas que têm a fazer e sair. As pessoas normais não adoram ficar sentadas em frente a um computador. Preferem antes assistir a um jogo de futebol, passear o cão, etc.
Quando as pessoas visitam um sítio Web ou utilizam aplicações, não passam o seu tempo a analisar ou admirar o design. Focam a sua atenção nas tarefas, no conteúdo e nos seus próprios dados ou documentos.
Por isso, as pessoas gostam de um design quando sabem as suas funcionalidades e conseguem localizar imediatamente aquelas de que precisam. Por outras palavras, gostam de um design familiar.
De facto, cada vez que se faz um redesign, deve estar-se preparado para uma inundação de emails de clientes zangados. É uma lei da natureza: os utilizadores odeiam mudanças e queixam-se cada vez que se muda alguma coisa ou quando se reduz a sua capacidade de fazer aquilo que sempre fizeram.
(Ter utilizadores a queixarem-se de um redesign não quer dizer necessariamente que é mau. Se o novo design tiver melhor usabilidade, as pessoas eventualmente começarão a gostar dele. As queixas dos clientes não são razão para se evitarem todos os redesign; são simplesmente uma razão para evitar mudanças no design unicamente para "ficar novo".)
Quando se deve mudar um design?
Geralmente é melhor evoluir a IU com mudanças subtis do que apresentar um design totalmente novo. Nielsen recomenda que primeiro se obtenha o design básico efectivo antes do seu lançamento, para que possa viver durante vários anos com updates pequenos. Antes de disponibilizar um design aos consumidores, devem ser utilizadas técnicas como "design rápido iterativo" e "prototipagem em papel" para explorar convenientemente o espaço de design e polir a usabilidade.
Esta abordagem contrasta com a de simplesmente "atirar qualquer coisa à parede para ver se cola". De facto, algumas pessoas advogam que se deve disponibilizar a nossa melhor aposta porque a beleza da web é que se pode sempre mudar quando alguma coisa está errada. Isto é verdade mas será impopular porque:
"Os utilizadores detestam mudanças. Por isso, é geralmente melhor continuar com o design familiar e evoluir gradualmente. Contudo, a longo prazo, o incrementalismo destrói a coerência, necessitando por isso de uma nova arquitectura de Interface para o Utilizador (IU)".
Ouve-se muitas vezes os gestores pedirem um "novo design". Isto conduz geralmente a um projecto com objectivos e estratégias errados.
Tipicamente, um design totalmente novo será um pior design, simplesmente porque é novo, quebrando as expectativas dos utilizadores. Uma melhor estratégia é optar pela familiaridade, construindo o novo design no conhecimento existente nos utilizadores de como funciona um sistema.
Porque é que a equipa quer um novo design?
Porque geralmente as equipas passam literalmente a vida a olhar para o site que desenvolvem. É natural que se ache o design cansativo. O utilizador típico, pelo contrário, só passou algumas horas nos últimos anos a olhar para esse mesmo design. Uma das Leis de Jakob sobre a experiência dos utilizadores na Internet diz-nos que "os utilizadores passam a maior parte do tempo noutros sites".
Porque é que os utilizadores querem um design familiar?
A razão mais importante? Os utilizadores não querem saber do design per se; querem fazer as coisas que têm a fazer e sair. As pessoas normais não adoram ficar sentadas em frente a um computador. Preferem antes assistir a um jogo de futebol, passear o cão, etc.
Quando as pessoas visitam um sítio Web ou utilizam aplicações, não passam o seu tempo a analisar ou admirar o design. Focam a sua atenção nas tarefas, no conteúdo e nos seus próprios dados ou documentos.
Por isso, as pessoas gostam de um design quando sabem as suas funcionalidades e conseguem localizar imediatamente aquelas de que precisam. Por outras palavras, gostam de um design familiar.
De facto, cada vez que se faz um redesign, deve estar-se preparado para uma inundação de emails de clientes zangados. É uma lei da natureza: os utilizadores odeiam mudanças e queixam-se cada vez que se muda alguma coisa ou quando se reduz a sua capacidade de fazer aquilo que sempre fizeram.
(Ter utilizadores a queixarem-se de um redesign não quer dizer necessariamente que é mau. Se o novo design tiver melhor usabilidade, as pessoas eventualmente começarão a gostar dele. As queixas dos clientes não são razão para se evitarem todos os redesign; são simplesmente uma razão para evitar mudanças no design unicamente para "ficar novo".)
Quando se deve mudar um design?
Geralmente é melhor evoluir a IU com mudanças subtis do que apresentar um design totalmente novo. Nielsen recomenda que primeiro se obtenha o design básico efectivo antes do seu lançamento, para que possa viver durante vários anos com updates pequenos. Antes de disponibilizar um design aos consumidores, devem ser utilizadas técnicas como "design rápido iterativo" e "prototipagem em papel" para explorar convenientemente o espaço de design e polir a usabilidade.
Esta abordagem contrasta com a de simplesmente "atirar qualquer coisa à parede para ver se cola". De facto, algumas pessoas advogam que se deve disponibilizar a nossa melhor aposta porque a beleza da web é que se pode sempre mudar quando alguma coisa está errada. Isto é verdade mas será impopular porque:
- estará a maltratar os utilizadores submetendo-os a um design com falhas que poderia ter sido consertado em poucos dias antes de ser disponibilizado;
- irá antagonizar os utilizadores fazendo-os sofrer com as mudanças que sabemos que irão detestar.
- Se não tiver quase nenhuns utilizadores e esperar que a melhoria no design venha a expandir o número desses utilizadores. Neste caso, a punição dos poucos utilizadores existentes pode ser compensada pela aquisição de novos utilizadores. Lembre-se contudo da máxima: um pássaro na mão é melhor que dois a voar.
- Se o seu design antigo foi evoluindo incrementalmente durante muitos anos fazendo com que a experiência geral dos utilizadores regredisse e perdesse qualquer sentido de estrutura conceptual unificadora.
terça-feira, setembro 22, 2009
Esmiuçar os Sufrágios
As entrevistas com os líderes dos principais partidos que concorrem às próximas legislativas acabou. Os Gatos tiveram uma excelente ideia ao criarem um programa que alia o humor à política... afinal de contas, humor e política nunca andaram muito afastados.
Depois de ver as 5 entrevistas (Sócrates, Manuela, Portas, Louçã e Jerónimo), não restam dúvidas para mim que os mais autênticos, com mais sentido de humor e que, a abono da verdade, fizeram rir Ricardo Araújo Pereira foram a Manuela Ferreira Leite e o Jerónimo de Sousa. Sócrates estava tenso e contornava as perguntas, Portas estava pouco à vontade e aproveitou para fazer campanha e Louçã não conseguiu afastar o seu ar de ressabiado.
É interessante ver esta faceta dos políticos que temos. Muitos aliam o sentido de humor à inteligência superior e, logo, este poderá ser mais um indício na altura de escolher em quem se vota.
Depois de ver as 5 entrevistas (Sócrates, Manuela, Portas, Louçã e Jerónimo), não restam dúvidas para mim que os mais autênticos, com mais sentido de humor e que, a abono da verdade, fizeram rir Ricardo Araújo Pereira foram a Manuela Ferreira Leite e o Jerónimo de Sousa. Sócrates estava tenso e contornava as perguntas, Portas estava pouco à vontade e aproveitou para fazer campanha e Louçã não conseguiu afastar o seu ar de ressabiado.
É interessante ver esta faceta dos políticos que temos. Muitos aliam o sentido de humor à inteligência superior e, logo, este poderá ser mais um indício na altura de escolher em quem se vota.
quinta-feira, setembro 03, 2009
Cara de Pau
A política é um terreno verdadeiramente pantanoso. Tem os seus encantos, é verdade. Pode ser útil em prol de um país se for bem feita, é verdade. Contudo, a maior parte das vezes é mal feita por maus políticos. Uma das características dos maus políticos é a cara de pau com que fazem determinado tipo de afirmações.
Ouvir as recentes afirmações de José Sócrates e de Maria de Lurdes Rodrigues acerca do diálogo não conseguido com os Professores, batendo no peito e dizendo "mea culpa" soou a (e foi mesmo) propaganda eleitoralista.
Uma classe quase inteira (cento e tal mil de cento e quarenta mil) professores esteve na rua a manifestar-se contra as leis do governo. Nessa altura, José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues não quiseram dialogar. Entretanto perderam as eleições europeias e estamos perto das eleições legislativas. Sócrates fez bem as contas e sabe que cento e tal mil votos poderão ser preciosos. Por isso, há que tentar apanhar alguns tolos com papas e bolos, retratando-se e abrindo vagas para mil professores do ensino especial.
Será que é suficiente para os professores se esquecerem de tudo o que este governo fez de errado? Será que é suficiente para esquecer que só se abriram 400 vagas para os quadros no último concurso de professores deixando de fora 15.000 professores com contratos precários de trabalho, ganhando menos do que merecem pelo menos durante mais quatro anos? Será que é suficiente para apagar a ideia de um governo autista que não ouve os seus parceiros e em que todas as opiniões são de descartar quando não são a favor do governo?
O dia das eleições legislativas provará se os portugueses (incluindo os professores) têm ou não fraca memória e se são tolos ao ponto de se deixarem enganar por papas e bolos, mesmo que estes cheirem a pântano.
Hoje, em notícia de última hora, soube-se da demissão em bloco dos directores de informação da TVI. Pouco depois de Sócrates ter proferido que o Jornal de Sexta-Feira da TVI era um ataque pessoal a si, o Director da TVI foi afastado do cargo. Hoje a direcção da TVI decidiu acabar com o Jornal de Sexta-Feira da TVI, motivando a direcção de informação a tomar aquela medida. Mais do tal pântano.
Ouvir as recentes afirmações de José Sócrates e de Maria de Lurdes Rodrigues acerca do diálogo não conseguido com os Professores, batendo no peito e dizendo "mea culpa" soou a (e foi mesmo) propaganda eleitoralista.
Uma classe quase inteira (cento e tal mil de cento e quarenta mil) professores esteve na rua a manifestar-se contra as leis do governo. Nessa altura, José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues não quiseram dialogar. Entretanto perderam as eleições europeias e estamos perto das eleições legislativas. Sócrates fez bem as contas e sabe que cento e tal mil votos poderão ser preciosos. Por isso, há que tentar apanhar alguns tolos com papas e bolos, retratando-se e abrindo vagas para mil professores do ensino especial.
Será que é suficiente para os professores se esquecerem de tudo o que este governo fez de errado? Será que é suficiente para esquecer que só se abriram 400 vagas para os quadros no último concurso de professores deixando de fora 15.000 professores com contratos precários de trabalho, ganhando menos do que merecem pelo menos durante mais quatro anos? Será que é suficiente para apagar a ideia de um governo autista que não ouve os seus parceiros e em que todas as opiniões são de descartar quando não são a favor do governo?
O dia das eleições legislativas provará se os portugueses (incluindo os professores) têm ou não fraca memória e se são tolos ao ponto de se deixarem enganar por papas e bolos, mesmo que estes cheirem a pântano.
Hoje, em notícia de última hora, soube-se da demissão em bloco dos directores de informação da TVI. Pouco depois de Sócrates ter proferido que o Jornal de Sexta-Feira da TVI era um ataque pessoal a si, o Director da TVI foi afastado do cargo. Hoje a direcção da TVI decidiu acabar com o Jornal de Sexta-Feira da TVI, motivando a direcção de informação a tomar aquela medida. Mais do tal pântano.
terça-feira, agosto 25, 2009
Escrita para a Web
Embora o último Alertbox de Jakob Nielsen focalize-se nas mensagens para o Twitter, existem alguns ensinamentos que se aplicam à escrita para a Web:
- As mensagens devem começar com palavras informativas: os utilizadores tendem a ler apenas as primeiras palavras de cada frase quando percorrem um texto em busca de secções com interesse. É necessário que o início de cada frase seja bem escolhido.
- É um erro comum pensar que só os designs gráficos mais complexos contam como design de interacção e mereçam, por isso, estudos de usabilidade. Os URLs e os Emails contribuem fortemente para a experiência Web dos utilizadores e como tal deverão ser alvo de uma atenção especial. De facto, quanto mais curto for um texto, maior é a necessidade de aplicar parâmetros de usabilidade.
- Quando comparado com as Newsletters por Email, as Newsletter pelo Twitter têm um fim mais imediato (10 vezes mais imediato). Quando saem fora do primeiro ecrã, deixam virtualmente de existir. Quando se vêem as estatísticas das Newsletters pelo Twitter, observa-se que existem bastantes cliques nos primeiros minutos e, de seguida, quase nenhuns. As Newsletters por Email continuam a receber cliques durante dias, à medida que as pessoas vão percorrendo a sua mailbox (Existe geralmente a preocupação em ler todos os cabeçalhos dos emails para ver se estes interessam ou não).
- Jakob Nielsen acredita que a melhor hora para divulgar um Tweet é às 9:01 am (Fremont, Califórnia - UTC/GMT -8 horas), uma vez que percorre o horário de trabalho desde a Califórnia até ao Reino Unido. Colocar um minuto depois das nove em ponto faz com que a mensagem apareça à frente de outras mensagens deixadas por utilizadores que configuram o seu software para libertar mensagens às nove em ponto (pelo menos até que esses utilizadores leiam esta dica).
sexta-feira, julho 24, 2009
terça-feira, julho 21, 2009
Acessibilidade e Usabilidade Web
A partir de hoje, este Blog vai conter uma vertente mais técnica sobre "Acessibilidade e Usabilidade Web", uma das áreas pelas quais me interesso. Seguirei de perto os posts de Jakob Nielsen no seu site useit.com, traduzindo-os, adaptando-os e fazendo os meus comentários pessoais.
Assim sendo, do vosso lado direito, logo a seguir ao meu perfil e à mensagem de copyright, poderão encontrar um índice onde será fácil navegar pela parte técnica, pessoal ou por tudo. A escolha é vossa!
Assim sendo, do vosso lado direito, logo a seguir ao meu perfil e à mensagem de copyright, poderão encontrar um índice onde será fácil navegar pela parte técnica, pessoal ou por tudo. A escolha é vossa!
quarta-feira, julho 15, 2009
FRINGE
FRINGE parece ser uma boa desculpa para acordar destes tempos em que estive a hibernar dentro de 311 páginas. Depois deste ciclo fechar-se, basta afugentar dois corvos do céu para que o Sol brilhe de vez.
A série acabou a semana passada. Era uma boa série e eu um seu devoto fiel. No entanto, sempre que olhava para Phillip Broyles (desempenhado pelo actor Lance Reddick), vinha-me à memória uma série de desenhos animados. Era uma boa série e eu um seu devoto fiel. "As Misteriosas Cidades do Ouro". A cara de Lance lembra-me os Olmèques.
A série acabou a semana passada. Era uma boa série e eu um seu devoto fiel. No entanto, sempre que olhava para Phillip Broyles (desempenhado pelo actor Lance Reddick), vinha-me à memória uma série de desenhos animados. Era uma boa série e eu um seu devoto fiel. "As Misteriosas Cidades do Ouro". A cara de Lance lembra-me os Olmèques.
Não consegui resistir à tentação de partilhar convosco esta curiosidade (leia-se: estou de volta).
segunda-feira, junho 15, 2009
Common Craft
Alguns conceitos podem ser difíceis de perceber... a ideia desta firma é explicar em "plain english" qualquer tipo de conceito... desde "Preparing an Emergency Kit", passando por "Twitter" até "Electing a US President".
Os vídeos têm aspecto artesanal: bonecos desenhados em papel e a seguir recortados... animados com as pontas dos dedos ou através de fios!
Um site a não perder!
http://www.commoncraft.com
Os vídeos têm aspecto artesanal: bonecos desenhados em papel e a seguir recortados... animados com as pontas dos dedos ou através de fios!
Um site a não perder!
http://www.commoncraft.com
quarta-feira, maio 13, 2009
Festival Eurovisão da Canção 2009
Ontem foi a primeira eliminatória do festival. Das primeiras 18 músicas que ouvi, gostei de duas em especial, que apresentarei mais abaixo. Apesar do aparato, dançarinos e efeitos especiais, a maior parte das músicas tem pouca qualidade. Os intérpretes cantam, no mínimo, de forma duvidosa e quase nenhuma música merece uma segunda audição. Parece que o festival está condenado a cair em descrédito.
Não dei o meu tempo completamente por perdido: primeiro, fiquei a conhecer a bela música romântica da Islândia "Is It True", cantada pela não menos bela Jóhanna Guðrún Jónsdóttir.
You say you really know me
You’re not afraid to show me
What is in your eyes
So tell me ’bout the rumors
Are they only rumors?
Are they only lies?
Falling out of a perfect dream
Coming out of the blue
Is it true? (Is it true?)
Is it over?
Did I throw it away?
Was it you? (Was it you?)
Did you tell me
You would never leave me this way?
If you really knew me
You couldn’t do this to me
You would be my friend
If one of us is lying
There’s no use in trying
No need to pretend
(Is it real? Did I dream it?)
Will I wake from this pain?
Is it true? (Is it true?)
Is it over?
Baby, did I throw it away?
Ooh… is it true?
Quase depois de me ter recomposto dos arrepios na espinha, volto a tê-los mais uma vez com a música de raízes celtas dada a conhecer pelos portugueses Flor-de-Lis: "Todas as Ruas do Amor".
Se sou tinta tu és tela
Se sou chuva és aguarela
Se sou sal és branca areia
Se sou mar és maré-cheia
Se sou céu és nuvem nele
Se sou estrela és de encantar
Se sou noite és luz para ela
Se sou dia és o luar
Sou a voz do coração
Numa carta aberta ao mundo
Sou o espelho d’emoção
Do teu olhar profundo
Sou um todo num instante
Corpo dado em jeito amante
Sou o tempo que não passa
Quando a saudade me abraça
Beija o mar o vento e a lua
Sou um sol em neve nua
Em todas as ruas do amor
Serás meu e eu serei tua
Para já são músicas que se destacam da multidão. Espero que assim continuem. Merecem definitivamente um lugar no pódio.
Não dei o meu tempo completamente por perdido: primeiro, fiquei a conhecer a bela música romântica da Islândia "Is It True", cantada pela não menos bela Jóhanna Guðrún Jónsdóttir.
You say you really know me
You’re not afraid to show me
What is in your eyes
So tell me ’bout the rumors
Are they only rumors?
Are they only lies?
Falling out of a perfect dream
Coming out of the blue
Is it true? (Is it true?)
Is it over?
Did I throw it away?
Was it you? (Was it you?)
Did you tell me
You would never leave me this way?
If you really knew me
You couldn’t do this to me
You would be my friend
If one of us is lying
There’s no use in trying
No need to pretend
(Is it real? Did I dream it?)
Will I wake from this pain?
Is it true? (Is it true?)
Is it over?
Baby, did I throw it away?
Ooh… is it true?
Quase depois de me ter recomposto dos arrepios na espinha, volto a tê-los mais uma vez com a música de raízes celtas dada a conhecer pelos portugueses Flor-de-Lis: "Todas as Ruas do Amor".
Se sou tinta tu és tela
Se sou chuva és aguarela
Se sou sal és branca areia
Se sou mar és maré-cheia
Se sou céu és nuvem nele
Se sou estrela és de encantar
Se sou noite és luz para ela
Se sou dia és o luar
Sou a voz do coração
Numa carta aberta ao mundo
Sou o espelho d’emoção
Do teu olhar profundo
Sou um todo num instante
Corpo dado em jeito amante
Sou o tempo que não passa
Quando a saudade me abraça
Beija o mar o vento e a lua
Sou um sol em neve nua
Em todas as ruas do amor
Serás meu e eu serei tua
Para já são músicas que se destacam da multidão. Espero que assim continuem. Merecem definitivamente um lugar no pódio.
segunda-feira, abril 06, 2009
Quem quer ser Bilionário?
Dois motivos para ir ao cinema:
Agora comecemos pelo título... preciosismos... um bilião em Portugal corresponde a milhão de milhão, ou seja: 1.000.000.000.000. Nos Estados Unidos da América, um bilião corresponde ao milhar de milhão português, ou seja: 1.000.000.000. O prémio a pagar ao "herói" do filme seria, na melhor das hipóteses, 20.000.000 (vinte milhões) de Rupias Indianas ou, em Euro, cerca de 313.700 (trezentos e treze mil e setecentos) ou, em Dólares dos Estados Unidos da América, cerca de 401.505 (quatrocentos e um mil quinhentos e cinco). Portanto, o termo bilionário parece-me excessivo.
Voltando ao que importa, fui ver o "Quem quer ser bilionário" aos cinemas Lusomundo do Parque Nascente (Rio Tinto). Estavam pouco mais de 20 pessoas (era uma sexta-feira, às 14:30 da tarde) na sala. O som era bom mas o filme apareceu sempre com riscas finas verticais negras do lado direito. Lembro-me que quando fui ver o King Kong a estes cinemas, o filme esteve desfocado na primeira parte (eles fazem um intervalo de sete minutos a meio do filme). Portanto, um voto negativo para a qualidade de imagem no cinema, em contraste com o voto positivo para a qualidade da fotografia.
Mesmo assim, posso dizer sem sombra de dúvida que é um filme bem feito. Caracteriza muito bem os contrastes existentes na Índia e a atmosfera oriental. Os desempenhos dos actores são acima da média, mesmo por parte das crianças. A estória está muito bem conseguida, fazendo o paralelismo entre a biografia do "herói" principal e as perguntas que lhe iam calhando no concurso "Quem quer ser milionário/bilionário", ao jeito de flashback. A banda sonora, como já referi, é boa, estabelecendo uma ponte entre a música tradicional indiana e apontamentos mais modernos como o rap. Um pouco mais cliché é a moral subjacente à estória... mas, não há filmes perfeitos. No fim é apresentada uma coreografia com os actores, muito ao jeito das produções de Bollywood.
Nota final: um filme a merecer, mais tarde, um lugar na minha prateleira de DVD's.
- Já não me lembrava da última vez que tinha ido ao cinema;
- Alguns amigos aconselharam-me vivamente a ver o "Quem quer ser Bilionário";
Agora comecemos pelo título... preciosismos... um bilião em Portugal corresponde a milhão de milhão, ou seja: 1.000.000.000.000. Nos Estados Unidos da América, um bilião corresponde ao milhar de milhão português, ou seja: 1.000.000.000. O prémio a pagar ao "herói" do filme seria, na melhor das hipóteses, 20.000.000 (vinte milhões) de Rupias Indianas ou, em Euro, cerca de 313.700 (trezentos e treze mil e setecentos) ou, em Dólares dos Estados Unidos da América, cerca de 401.505 (quatrocentos e um mil quinhentos e cinco). Portanto, o termo bilionário parece-me excessivo.
Voltando ao que importa, fui ver o "Quem quer ser bilionário" aos cinemas Lusomundo do Parque Nascente (Rio Tinto). Estavam pouco mais de 20 pessoas (era uma sexta-feira, às 14:30 da tarde) na sala. O som era bom mas o filme apareceu sempre com riscas finas verticais negras do lado direito. Lembro-me que quando fui ver o King Kong a estes cinemas, o filme esteve desfocado na primeira parte (eles fazem um intervalo de sete minutos a meio do filme). Portanto, um voto negativo para a qualidade de imagem no cinema, em contraste com o voto positivo para a qualidade da fotografia.
Mesmo assim, posso dizer sem sombra de dúvida que é um filme bem feito. Caracteriza muito bem os contrastes existentes na Índia e a atmosfera oriental. Os desempenhos dos actores são acima da média, mesmo por parte das crianças. A estória está muito bem conseguida, fazendo o paralelismo entre a biografia do "herói" principal e as perguntas que lhe iam calhando no concurso "Quem quer ser milionário/bilionário", ao jeito de flashback. A banda sonora, como já referi, é boa, estabelecendo uma ponte entre a música tradicional indiana e apontamentos mais modernos como o rap. Um pouco mais cliché é a moral subjacente à estória... mas, não há filmes perfeitos. No fim é apresentada uma coreografia com os actores, muito ao jeito das produções de Bollywood.
Nota final: um filme a merecer, mais tarde, um lugar na minha prateleira de DVD's.
quinta-feira, março 26, 2009
Back to Blog
Ultimamente tenho tido muitas coisas para fazer, o que me levou a uma interrupção nos posts. Uma das minhas fiéis leitoras até chegou a pensar que me tivesse acontecido alguma coisa! Mas não... para além do pouco tempo que tenho para a escrita bloguista (já para outras escritas...).
Deixo-vos aqui um dos meus músicos favoritos... em jeito de desculpas, para que apreciem a sonoridade e a letra de "Brothers in Arms".
Mark Knopfler tem uma forma bastante peculiar de tocar guitarra que é tudo menos a postura clássica ou óptima: utiliza apenas os dedos polegar, indicador e médio para atacar as cordas, numa técnica conhecida como "finger picking" que, já de si é incomum para quem toca guitarra eléctrica (usualmente usa-se uma palheta). Os dedos anelar e mínimo mantêm-se esticados e encostados ao corpo da guitarra. O dedo polegar da mão esquerda que normalmente deve servir de apoio para os outros dedos na parte de trás da guitarra, salta para a frente e ocasionalmente também serve para marcar as notas (outra coisa nada standard). Porém, pela forma irrepreensível como as notas ecoam, acho que se lhe podem desculpar estes preciosismos...
These mist covered mountains
Are a home now for me
But my home is the lowlands
And always will be
Some day you'll return to
Your valleys and your farms
And you'll no longer burn
To be brothers in arms
Through these fields of destruction
Baptisms of fire
I've witnessed your suffering
As the battles raged higher
And though they did hurt me so bad
In the fear and alarm
You did not desert me
My brothers in arms
There's so many different worlds
So many differents suns
And we have just one world
But we live in different ones
Now the sun's gone to hell
And the moon's riding high
Let me bid you farewell
Every man has to die
But it's written in the starlight
And every line in your palm
We're fools to make war
On our brothers in arms
Deixo-vos aqui um dos meus músicos favoritos... em jeito de desculpas, para que apreciem a sonoridade e a letra de "Brothers in Arms".
Mark Knopfler tem uma forma bastante peculiar de tocar guitarra que é tudo menos a postura clássica ou óptima: utiliza apenas os dedos polegar, indicador e médio para atacar as cordas, numa técnica conhecida como "finger picking" que, já de si é incomum para quem toca guitarra eléctrica (usualmente usa-se uma palheta). Os dedos anelar e mínimo mantêm-se esticados e encostados ao corpo da guitarra. O dedo polegar da mão esquerda que normalmente deve servir de apoio para os outros dedos na parte de trás da guitarra, salta para a frente e ocasionalmente também serve para marcar as notas (outra coisa nada standard). Porém, pela forma irrepreensível como as notas ecoam, acho que se lhe podem desculpar estes preciosismos...
These mist covered mountains
Are a home now for me
But my home is the lowlands
And always will be
Some day you'll return to
Your valleys and your farms
And you'll no longer burn
To be brothers in arms
Through these fields of destruction
Baptisms of fire
I've witnessed your suffering
As the battles raged higher
And though they did hurt me so bad
In the fear and alarm
You did not desert me
My brothers in arms
There's so many different worlds
So many differents suns
And we have just one world
But we live in different ones
Now the sun's gone to hell
And the moon's riding high
Let me bid you farewell
Every man has to die
But it's written in the starlight
And every line in your palm
We're fools to make war
On our brothers in arms
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