terça-feira, julho 25, 2006

O Nome da Rosa

"...and yet, I never knew her name..."

Assim acaba a adaptação para o grande ecrã da obra homónima de Humberto Eco, que assisti ontem no conforto do meu lar, pela enésima vez.

O primeiro contacto que tive com este filme, produzido por Jean-Jacques Annaud, foi na escola secundária, onde a professora de Filosofia achou por bem que o víssemos, repartido por duas sessões.

Curiosamente, numa das cenas do filme, o ecrã ficou totalmente negro, coisa que não acontece no filme que voltei a ver ontem. É evidente que me refiro ao encontro carnal entre Adso (o pupilo de William of Baskerville) e a rapariga pobre. Até hoje fico sem saber se foi obra da professora que, ao transferir o filme para VHS, resolveu omitir esta cena por razões púdicas, ou se a televisão o transmitiu assim, pelas mesmas razões.

Polémicas à parte, devo confessar que é um dos meus filmes predilectos. Principalmente porque capta a essência (na minha modesta opinião) da época que é relatada. Isto deve-se com toda a certeza à brilhante escrita de Humberto Eco e aos especialistas que estiveram envolvidos durante as filmagens: nomeadamente, Jacques Le Goff.

Os personagens são credíveis, com caras sui generis. O próprio Jean-Jacques Annau confessa, nos comentários que faz ao filme, que escolheu alguns dos actores pelas suas caras, marcadas pelo tempo. Exigiu que ninguém usasse dentaduras postiças ou pusesse maquilhagem. Exigiu também que todos fizessem um corte de cabelo à Santo António. Às vezes custa a crer, mas todas as caras são reais, sem auxílio de próteses ou truques cinematográficos (à excepção do "Venerable Jorge" que usa lentes de contacto para simular a sua cegueira).

Jean-Jacques Annaud teve consciência que seria impossível passar para cinema um livro tão denso e exigente do ponto de vista intelectual. Preferiu, portanto, denominar a sua adaptação de palimpsesto: o texto original é apagado das folhas, para que estas sejam aproveitadas para outro texto; os vestígios do texto original podem, no entanto, ser vislumbrados aqui e ali, no meio do novo texto. É, porém, uma excelente adaptação que não me canso de ver, onde Sean Connery se "redime" dos seus papéis de 007 e Christian Slater torna-se num excelente debutante.

Ainda não li completamente o livro que, como referi, é denso e custa a digerir. A riqueza das descrições é espelho do doutoramento em estética medieval de Humberto Eco. Existem também bastantes expressões latinas que não são traduzidas. Mas um dia chego lá. Porque, se o filme é muito bom, o livro é ainda melhor.

segunda-feira, julho 17, 2006

Si Tu No Estás

Hay un invierno
Aqui en mi alma
Cai la nieve
Si tu no estás

Todo es silencio
Todo es pasión
Mi mundo es negro
Si tu no estás

Busco a tus besos
Busco a tu abrigo
Me desespero
Si tu no estás

Grito tu nombre
Rompo el silencio
Todo es inutil
Si tu no estás

P. S. : Não perguntem...

quinta-feira, julho 13, 2006

Calor Saramagado

Não se pode deixar de reparar no calor que faz lá fora, porque de aragens do deserto e do interior da península ibérica se tratam, Lá fora estão 38 graus, disse o N. B. olhando para o indicador digital da sua carrinha audi, Estás a brincar comigo, retoqui eu, não acreditando na diferença de temperatura motivada pela circulação do ar condicionado. É neste marasmo imposto pelo calor que as nossas vidas têm de seguir, nesta espiral cada vez mais apertada que nos conduz ao fim último da nossa existência, mas que mesmo assim nos faz ficar loucos de tanto suar e sorver água, como se estivéssemos perdidos no deserto sem redenção e o cantil estivesse quase a escoar as suas últimas gotas. Resta esperar que o tempo mude e isso deverá estar para breve, a fazer fé naquilo que se diz por aí, por esses doutores da climatologia que percebem de frentes quentes, frentes frias, anticiclones, correntes ascendentes e continentalidades, Eu não percebo nada disso, mas faço fé em quem me diz que o tempo mudará porque no meu íntimo sei que não aguentarei muito mais.

P. S. - O que o calor faz à mente de um blogger...

quarta-feira, julho 12, 2006

Ensaio Sobre a Cegueira

Confesso. Nunca li um livro de José Saramago.
Ontem perguntei à M. S.:
"Olha lá... se eu quisesse ler um livro, o que é que me aconselharias"?
Pergunta mais abrangente não pode haver. No entanto, fiquei surpreendido com a sua rápida resposta:
"Ensaio Sobre a Cegueira, do José Saramago".
Dirão alguns:
"Respondeu assim porque provavelmente deve andar a ler isso..."
Mas não. Neste momento a M. S. lê Milan Kundera e Confúcio. Portanto, deve ser AQUELE livro. Dos tais que marcam as pessoas.
Próxima paragem: livraria Bertrand, para fazer uso do meu cartão de fidelização.
Comecei a ler o Ensaio Sobre a Cegueira às 24:00 e só parei à 01:00, com três capítulos volvidos.
A pontuação é deveras diferente, o que resulta numa leitura fluida. Muitas vezes temos de adivinhar onde acabam as frases e onde começam as outras. O que é que uma personagem deixa de dizer para começar a falar a outra. Mas tudo isto resulta magistralmente, não fosse o senhor um galardoado pelo Prémio Nobel da Literatura. Estou a gostar bastante e conto fazer uma breve crítica literária, aqui, neste blog assim que ponha termo ao meu primeiro livro (mas certamente não o último) de José Saramago.

Esta foto foi tirada por mim aquando de uma sessão de autógrafos na última Feira do Livro do Porto. Agora arrependo-me de não lhe ter pedido um autógrafo no "Ensaio sobre a Cegueira"... mas... a fila era tão grande!

segunda-feira, julho 10, 2006

Estes Romanos São Doidos!

Como bom português, fiquei imensamente feliz pela vitória da Itália no Campeonato do Mundo de Futebol. Por um lado, matou-nos a sede de vingança. Por outro, isso significa que o Campeonato do Mundo de Futebol acabou, o que é, por si só, motivo de regozijo.

Fartei-me de rir com o nome de alguns jogadores de futebol do desafio de ontem e entreti-me a aportuguesar os seus nomes durante o desenrolar do jogo:

Gianluigi Buffon = João Luís Bufão
Fabio Grosso = Fábio Grosso (é mesmo grosso)
Mauro Camoranesi = Mauro Camarão com Maionese
Simone Perrotta = Simão Pé Roto
Marco Materazzi = Marco Mata Ratos

P. S. - Uma palavra para o Zidane... que deve ter-se arrependido do que fez logo a seguir a ter dado aquela valente cabeçada no adversário. Por muito que o outro lhe tivesse dito, deveria ter sido mais profissional e evitar sair pela porta pequena de uma carreira brilhante no futebol.

quinta-feira, julho 06, 2006

Colgate Time Control

Foi esta a surpreendente publicidade que vi na televisão sobre a nova pasta de dentes chamada "Colgate Time Control".

A dada altura, uma mulher queixa-se da retracção das suas gengivas... e que lhe disseram para ela usar "Colgate Time Control". Depois ouvimo-la dizer: "Porque não se pode controlar o tempo, mas podemos controlar os seus efeitos".

Terei ouvido bem? Mas a pasta chama-se "Colgate TIME CONTROL"! A isto é que se chama publicidade enganosa! Por que não chamar à pasta dentífrica "Colgate TIME FX CONTROL"? Não se enganava ninguém e ficavam todos felizes! E a publicidade seria mais consistente!

Audiolivro - Poemas de Luiz Vaz de Camões (Português Europeu - Portugal)

Seleção pessoal de 22 poemas de Luiz Vaz de Camões (Luís Vaz de Camões na grafia moderna). Luiz Vaz de Camões (1524-1580) é o grande poeta d...